Cerca de 10,2 milhões de dólares norte-americanos acabam de ser libertados pelo G-19 (Grupo de 19 maiores financiadores externos ao Orçamento do Estado e Balança de Pagamentos) para Moçambique, volvidos cerca de 10 meses de atraso do início do processo ditado pela imposição do grupo ao Governo para este proceder à revisão da Lei Eleitoral já em curso.
A libertação daquele valor concorreu para o saldo das Reservas Internacionais Líquidas (RIL), no fecho da segunda quinzena de Setembro de 2010, passar a ser de 1769,1 milhões de dólares norte-americanos, o equivalente a uma constituição de 27,5 milhões de dólares.
A Itália e a Dinamarca foram os primeiros países membros do G-19 a libertarem os fundos por si prometidos a Moçambique, num valor global de 14,6 milhões de dólares, dos cerca de 675 milhões de dólares garantidos para 2010, dos quais 412 milhões para apoio ao Orçamento do Estado e 263 milhões de dólares para apoio programático sectorial.
Refira-se, entretanto, que perante o atraso na libertação dos fundos pelo G-19, o Governo moçambicano viu-se obrigado a recorrer à emissão de Bilhetes de Tesouro para suprir défices orçamentais de tesouraria e, desta forma, levar avante a execução do seu plano de acção para o presente ano.
O boicote do G-19 provocou também uma forte pressão sobre a liquidez da economia moçambicana, na sequência de incertezas geradas relativas ao financiamento externo por aquele grupo de maiores contribuintes ao Orçamento do Estado.