Em partida de abertura da época 2014 na modalidade de futsal, a Liga Desportiva Muçulmana de Maputo derrotou o Grupo Desportivo de Iquebal e conquistou o primeiro troféu do ano. Seis a 3 foi o resultado final.
Seria insensato, da nossa parte, não afirmar que a falta de rodagem e os reforços contratados pelas duas equipas impediram a apresentação, ao público presente no pavilhão da Liga Muçulmana, de um bom espectáculo de futebol de salão, sobretudo por se tratar do primeiro jogo da época.
A Liga Desportiva Muçulmana, equipa que revelou maior ambição de triunfar na noite daquela sexta-feira (28), controlou o jogo durante a primeira parte e soube dominar o adversário que teve sérios problemas de entrosamento. Transcorridos apenas cinco minutos, Arcanjo, depois de uma bela combinação com Costa, abriu o marcador.
A equipa do Iquebal parecia não estar no campo. Não conseguia preencher os espaços deixados pelos jogadores da Liga e não aproveitava o contra-ataque. Edson, capitão e armador dos “muçulmanos”, era simplesmente genial na criação das jogadas ofensivas, tendo contribuído para o sufoco que os campeões nacionais e da cidade causaram ao adversário.
O segundo golo da Liga surgiu a escassos minutos do intervalo. Mandito, contratado ao Iquebal, arrancou pela esquerda do ataque e, perto da linha do fundo, cruzou a bola para um toque sorrateiro de Mohamed que a desviou para o fundo das malhas.
Na segunda metade do jogo, o Iquebal entrou disposto a contrariar e a correr atrás do resultado. A Liga não adormeceu e o público teve a oportunidade de testemunhar, naqueles minutos iniciais, um verdadeiro jogo de futsal. Os campeões nacionais reduziram o marcador por intermédio de Dino, mercê de uma distracção de Favito.
Depois do golo, o Iquebal acreditou e cercou a Liga na sua zona defensiva. Mas os seus avançados foram demasiadamente perdulários ao ponto de desperdiçar três oportunidades claras de golo.
E porque no futebol “quem não marca arrisca-se a sofrer”, num intervalo de dois minutos, a beneficiar de duas jogadas de contra-ataque, os muçulmanos conseguiram apontar dois tentos, ambos da autoria de Mandito.
Mesmo a perder por 4 a 1, o Iquebal não desistiu e, a oito minutos do fim, Nandeco reduziu, mais uma vez, a desvantagem ao marcar o segundo golo daquela equipa.
Face ao crescimento dos campeões nacionais e da cidade no período que se seguiu até ao apito final do árbitro, as duas equipas quiseram fazer tudo o que não conseguiram ao longo dos 60 minutos, inclusivamente inventar. E quando assim acontece, a equipa menos concentrada sofre mais e o Iquebal não fugiu à regra.
Mário marcou o quinto golo da Liga e o terceiro na sua conta pessoal sendo que Edson, no minuto final, sentenciou as contas do jogo em 6 a 3 a favor dos vencedores da Taça Maputo.
Em abono da verdade, diga-se, a Liga Muçulmana, equipa vencedora desta Supertaça, pelo jogo feito demonstrou que ainda está longe de ser uma equipa merecedora de títulos, o mesmo que acontece ao Iquebal, a chamada “nova potência do futsal moçambicano”. Os dois entram em cena na noite desta sexta-feira (07) no Torneio de Abertura da Cidade de Maputo.
A verdade dos intervenientes
"Foi um bonito jogo. Jogámos contra uma equipa forte, que não perdia connosco desde o ano passado. Os meus atletas estão de parabéns porque fizeram um grande jogo e sinto que ficaram ainda mais motivados para a época que se inicia depois da conquista deste troféu. Espero que continuem assim, combativos, pois temos o grande objectivo de vencer de todas as competições que teremos pela frente." Roberval Ramos, treinador da Liga Muçulmana
"Não fizemos um grande jogo. É sabido por todos que perdemos mais de quatro jogadores que faziam parte do nosso plantel e isso obriga-nos a redefinir a nossa estratégia de trabalho. Mas continuaremos a trabalhar de forma a defender todos os títulos conquistados no ano passado, a começar pelo torneio de abertura que arranca nesta sexta-feira (07)." Juneid Ibraímo, treinador do Iquebal
O semáforo do jogo
Verde: Edson
O grande capitão foi preponderante na conquista da Supertaça. Edson soube comandar a equipa, não só como capitão mas como armador da Liga Muçulmana. Participou nas “operações” defensivas e conduziu com mestria os ataques muçulmanos. O seu poder de protecção da bola, em momentos cruciais, atraía sempre os seus adversários, desmarcando os companheiros que apareciam em zonas privilegiadas de finalização. Com Arcanjo em campo, Edson soube isolar muitos colegas seus. Não surpreende a ninguém a sua eleição como a melhor unidade em campo. E se para muitos o futsal é trabalho, para aquele capitão não passa de um mero divertimento.
Laranja: Arcanjo
Arcanjo esteve longe do seu melhor momento. Não conseguiu brilhar ao lado de Edson e não precisou de muita marcação para não fazer o seu jogo. Marcou, mas deixou a desejar no capítulo defensivo por não ser interventivo.
Vermelho: Favito
Favito é um daqueles jogadores que têm de perceber que o futsal exige muita concentração. Este atleta precisa de aprender que um defesa, sendo o último homem, tem de tirar a bola da zona do perigo sem recorrer ao desequilíbrio. E pior do que o guarda-redes do Iquebal, Favito, da Liga Muçulmana, esteve péssimo no jogo.