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Fúria contra EUA por causa de um filme espalha-se pelo Oriente Médio

Os protestos contra um filme que insulta o profeta Maomé espalharam-se pelo Oriente Médio depois das preces islâmicas da Sexta-feira (14), com novos ataques a instalações diplomáticas dos EUA, agora sob segurança reforçada.

Pelo menos sete pessoas morreram durante confrontos entre policiais e manifestantes na Tunísia, Sudão, Egito e Líbano. Houve novos protestos também no Iémen e outros países, três dias depois da morte de quatro funcionários diplomáticos norte-americanos num ataque ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia).

No Afeganistão, um ataque do Taliban contra um quartel dos EUA matou dois norte-americanos, e também pode ter relação com os protestos contra o obscuro filme semiamador que foi produzido nos EUA e tem tido trechos divulgados pela Internet nas últimas semanas.

Em cerimónia para receber os corpos dos mortos de Benghazi, entre eles o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, o presidente Barack Obama prometeu “ficar firme” contra a violência e reforçar a protecção a funcionários diplomáticos no exterior.

“Os Estados Unidos nunca vão recuar perante o mundo”, disse Obama, que é candidato à reeleição. Pelo terceiro dia consecutivo, imagens de missões diplomáticas dos EUA em chamas dominaram o noticiário.

Praticamente não havia funcionários nelas, uma vez que a Sexta-feira é parte do fim de semana nos países islâmicos. Em Túnis, pelo menos duas pessoas morreram e 29 ficaram feridas, segundo o governo.

O presidente tunisiano, Moncef Marzouki, condenou o “ataque à embaixada de uma nação amistosa”.

Em Cartum, capital do Sudão, três pessoas morreram nos protestos, de acordo com a rádio estatal. A embaixada alemã também foi invadida, sem que a polícia interviesse. Houve mortes também no Cairo e no Líbano.

Em Benghazi, militantes islâmicos dispararam contra aviões teleguiados mobilizados pelos EUA. No Iémen, a polícia enfrentou pelo segundo dia consecutivo jovens que tentavam chegar à embaixada norte-americana.

Cerca de 50 marines dos EUA desembarcaram no país, o mais pobre da Península Arábica. Os marines também reforçam a segurança da embaixada dos EUA no Sudão.

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, um político de origem islâmica, recriminou os manifestantes, que pelo terceiro dia apedrejaram e cercaram a sede diplomática dos EUA no Cairo.

“Fomos atacados por Obama, pelo governo dele, e pelos cristãos coptas (egípcios) que vivem no exterior”, gritava no Cairo um homem barbado.

O envolvimento de um influente activista egípcio radicado nos EUA na promoção do filme irritou muitos muçulmanos e gerou preocupação entre líderes cristãos do Egito, que condenaram o filme.

Nos trechos divulgados pela Internet, Maomé é retratado como mulherengo, homossexual e abusador de crianças. Muitos muçulmanos consideram que qualquer representação do profeta é uma blasfémia.

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