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Fundos “Manietam” Casa Provincial da Cultura

A exiguidade de fundos que são atribuídos pela Direcção Provincial da Educação à Casa Provincial de Cultura de Nampula é tida como motivo principal porque aquela instituição anda, neste momento, a “mendigar” junto de outras entidades para a concretização do seu programa de actividades, segundo declarou à nossa Reportagem o respectivo director, Bernardo Mualacua, que acrescentou que, mesmo assim, não parece haver perspectivas de se aumentar o “bolo” que recebe, embora os responsáveis daquela direcção saibam que o que dão não chega para nada.

Mualacua salientou que algumas actividades de extrema importância que são promovidas naquela Casa, como a formação e capacitação de artistas ou grupos culturais, têm-se cingido aos seus próprios meios ou à ajuda de certas organizações não-governamentais. A falta ou a exiguidade orçamental torna-se mais complicada quando queremos trabalhar num distrito.

Por exemplo, se o distrito não nos apoia, pelo menos em a loj amento, quando quer emos promover uma determinada formação cultural, nós não vamos lá. Portanto, somos obrigados, às vezes, a “mendigar” junto das administrações distritais para nos apoiarem nisto ou naquilo, frisou. Sem revelar o montante global que a instituição que dirige recebe da direcção provincial da Educação, Bernardo Mualacua disse que a atribuição de um orçamento, que considerou deveras insuficiente, é uma situação que aparentemente vai prevalecer por algum tempo. Pois que parece-lhe que quem de direito ainda não se apercebeu dos constrangimentos que esse facto cria para o funcionamento da Casa Provinciual de Cultura.

Todavia, a falta de espaço dentro das instalações onde funciona a referida casa, é um outro constrangimento para a realização das suas actividades. Segundo a fonte, a Casa Provincial de Cultura não tem neste momento uma biblioteca, muito necessária para este tipo de instituição, para além de não possuir, também, um centro documental que reflicta a realidade da província de Nampula. Temos outros constrangimentos como a falta de transportes para deslocações dos nossos técnicos, principalmente para os distritos. Mas, a maior dificuldade que enfrentamos, neste momento, relaciona-se com a exiguidade de fundos. Contudo, temos feito o que nos é possível fazer, realçou.

Aliás, segundo a nossa fonte, a nível interno a Casa Provincial de Cultura de Nampula tem vindo a promover fundamentalmente cursos de culinária, teatro, canto e dança, corte e costura e artes plásticas, que são muito concorridos por indivíduos de ambos os sexos. Entretanto, por falta de espaço naquelas instalações, aquela casa vê se impedida de realizar, como seria sua pretensão, exposições de artes plásticas, fotografias e outras, que, na óptica da nossa fonte, constituem uma das grandes actividades ou vocação de uma casa da cultura da dimensão daquela.

Nas actividades externas realizadas pela casa, contam-se a formação, ainmda este ano, de um grupo de canto e dança na cidade costeira da Ilha de Moçambique, a deslocação de técnicos aos distritos de Nacala-Porto e Meconta para a preparação de grupos culturais que representarão o país no festival da dança africana na República da Zâmbia.

A fonte destacou, também, o facto de técnicos daquela casa terem trabalhado com algumas cadeias da província de Nampula, com destaque para a Industrial, onde formaram um grupo de teatro e de música de reclusos, cujos conteúdos estão relacionados basicamente com a prevenção do crime e de doenças, como é o caso do HIV/SIDA. Quero igualmente destacar o facto de, nas artes plásticas, estarmos a fazer prospecção de novos talentos nas escolas da cidade de Nampula.

É assim que há bem pouco tempo promovemos workshopes sobre essas artes nas escolas primárias 25 de Junho e Limoeiros, todas nesta cidade, e na secundária de Rubáuè, salientou. A actividade relevante realizada pela Casa Provincial de Cultura de Nampula no ano passado foi a promoção de um grande festival cultural, envolvendo os grupos de canto e dança de todos os bairros periféricos da cidade de Nampula, que movimentou centenas de artistas.

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