Para promover a conservação, protecção ambiental e gestão sustentável do património natural em Moçambique, melhorando o bem-estar das comunidades, a Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação (FUNDE) e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF Moçambique) celebraram, sexta-feira, 11 de Setembro, em Maputo, um memorando de entendimento.
Ao abrigo deste acordo, a FUNDE, instituição através da qual a Universidade Politécnica consubstancia e materializa a interdependência entre o ensino, formação, investigação, extensão universitária e prestação de serviços sociais, vai, a breve trecho, promover um trabalho de iniciação científica denominado “Vozes da Juventude”, sob o lema “Nosso Planeta, Nossa Casa”.
Trata-se de um projecto que envolve quatro grupos de estudantes universitários interdisciplinares, visando a promoção de um pensamento comum sobre questões da natureza, no seio da universidade, e transmiti-lo às comunidades, para além de produzir recomendações para o Governo sobre como alcançar os objectivos do desenvolvimento sustentável.
O acordo entre ambas instituições foi assinado durante o webinar de lançamento do relatório “Planeta Vivo 2020” produzido pelo WWF, que, entre vários aspectos, aponta a diminuição, em média, de dois terços das populações globais de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes, desde 1970.
A publicação bianual da rede WWF destaca ainda que esta situação resulta, em grande parte, dos processos de destruição ambiental que contribuem, igualmente, para o surgimento de doenças zoonóticas, como a Covid-19.
Abordado momentos após assinar o acordo, Lourenço do Rosário, presidente da FUNDE, referiu que se trata de um pequeno passo na busca de soluções para o problema, pois a Universidade Politécnica representa uma pequena parte do universo do ensino superior em Moçambique.
“Associarmo-nos a uma organização mundial como o WWF constitui um incentivo para nós, de modo a que sejamos um paradigma, para que outras instituições possam também se juntar a este programa com vista a envolver a juventude em acções de preservação da natureza”, disse.
O conceito de desenvolvimento que é praticado no nosso país, conforme explicou Lourenço do Rosário, não tem tido em consideração os problemas ambientais e de biodiversidade levantados: “Provavelmente, os paradigmas que são colocados no terreno remontam ainda da fase da Segunda Guerra Mundial. Temos, por exemplo, o caso da mineração do carvão mineral, a céu aberto, em Tete, que, nitidamente, não respeita a questão ambiental”, frisou.
Por sua vez, a directora nacional do WWF Moçambique, Anabela Rodrigues, enfatizou que a colaboração com a FUNDE visa, fundamentalmente, envolver a juventude, por representar mais de 50% da população moçambicana. “Está nas mãos da juventude fazer a grande mudança neste cenário, daí que o principal objectivo do acordo é sensibilizar e envolver a juventude, como um actor principal neste processo”, concluiu.