Sete funcionários do sector de saúde na cidade de Nampula respondem a um processo-crime, indiciados de lesar o Estado em 918.811 meticais saqueados das contas do Hospital Geral de Marrere (HGM).
O grupo, que saiu em liberdade condicional mediante o pagamento de uma caução, faz parte de nove trabalhadores acusados de prática do mesmo crime. Os outros dois estão foragidos.
O furto, que acontecia desde 2015, foi despoletado em Novembro de 2016 através de uma denúncia ao Gabinete Provincial de Combate à Corrupção em Nampula. As investigações levadas a cabo concluíram ter havido delapidação do erário.
Francisco Manuel Baúque, procurador afecto ao Gabinete Provincial de Combate à Corrupção em Nampula, disse ao @Verdade que o esquema era encabeçado por um funcionário sénior, dos Recursos Humanos e de Administração e Finanças no HGM.
O saque consistia na transferências de fundos em forma de bónus e horas extraordinárias a favor de alguns técnicos de laboratório, enfermeiros, pessoal administrativo, entre outros, cujos valores não correspondia à categoria que os beneficiários ostentavam. Posteriormente, eles precediam à divisão do dinheiro.
Alguns dos funcionários indiciados no envolvimento deste esquema fraudulento já foram ouvidos pelo gabinete e o processo-crime segue os seus trâmites legais.
As autoridades de saúde em Nampula disseram que os visados foram suspensos para evitar interferência nas investigações.
O Gabinete Provincial de Combate à Corrupção em Nampula disse que há 67 processos, todos com despacho de acusação, relacionados com o desvio de fundos, extorsão a cidadãos e abuso de poder, envolvendo gente graúda, entre directores, administradores distritais, presidentes dos municípios, entre outros.
Baúque fez saber que grande parte destes processos registaram-se em instituições públicas, tais como Autoridade Tributaria, Alfândegas, tribunais, procuradorias, governos municipais e distritais, delegação da Universidade Pedagógica e Institutos de Formação de Professores.