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Frelimo confia mais um mandato a Guebuza

Confirmou-se o que já era previsível. O Comité Central da Frelimo decidiu candidatar Armando Emílio Guebuza à sua própria sucessão na liderança do partido, medida que deverá ser submetida à consideração dos delegados ao X Congresso, a ter lugar de 23 a 28 de Setembro, na cidade de Pemba, Cabo Delgado.

Com a deliberação daquele órgão, apresentada no encerramento dos trabalhos da VII Sessão Ordinária pelo secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, fica claro que Armando Guebuza será presidente do partido no poder nos próximos cinco anos.

Para a candidatura de Armando Guebuza a presidente do partido, segundo Filipe Paúnde, pesou o facto de este ter promovido uma boa liderança, cujos resultados são visíveis em todos os domínios de governação. A título de exemplo, o partido em 2006 tinha cerca de 1.5 milhão de membros e hoje conta com cerca de 5 milhões.

Percurso de Armando Guebuza na Frelimo

Armando Emílio Guebuza, nasceu a 20 de Janeiro de 1943, em Murrupula, província de Nampula e juntou-se à Frelimo em 1964. Foi submetido a treinos militares em Bagamoyo, Tanzânia, antes de fazer parte do grupo de combatentes que abriu o Campo de Preparação Militar de Nachingweya.

Em 1966 é transferido de Nachingweya para Dar-es-Salaam para, em substituição de Joaquim Chissano, exercer as funções de secretário particular de Eduardo Mondlane, na altura presidente do partido Frelimo.

No mesmo ano, 1966, é nomeado secretário para a Educação e Cultura e passa a fazer parte do Comité Central da Frelimo. Em 1968 é nomeado Inspector das Escolas da Frelimo e, dois anos depois (1970), Comissário Político Nacional.

Em 1977 é nomeado vice-ministro da Defesa Nacional e em 1978 acumula este cargo com o de substituto legal do governador da província de Cabo Delgado. Em 1981 é designado governador de Sofala e em 1983 é novamente nomeado ministro do Interior.

Em 1984, é nomeado ministro na Presidência, responsável pela coordenação das áreas da Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira e Turismo, assim como pela cooperação com a China, a Coreia do Norte, o Paquistão e o Vietname.

Em 1986, assume a pasta dos Transportes e Comunicações e da Presidência do Comité de Ministros dos Transportes e Comunicações da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Em 1990, é nomeado chefe da delegação do Governo às conversações de Roma que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

Em 1992, é designado chefe da delegação do Governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique.

Foi chefe da bancada da FRELIMO desde o primeiro parlamento multipartidário saído das Eleições Gerais de 1994, até ao VIII Congresso da FRELIMO.

Em 2002 é eleito secretário-geral da FRELIMO. Em 2004 torna-se Presidente da República, sendo reeleito em 2009. Em 2005 ascende à presidência do partido.

Na semana passada, foi nomeado candidato à sua própria sucessão no cargo de presidente do partido Frelimo.

As máculas

No Governo de Transição, entre os anos 1974 e 1975, Armando Guebuza ocupou a pasta da Administração Interna e no primeiro Governo de Moçambique independente a pasta de ministro do Interior.

Durante os anos 80 foi responsável pelo impopular programa “Operação Produção”, que visava deslocar os desempregados das áreas urbanas para as rurais no norte do país. Após a morte de Samora Machel, fez parte da comissão de inquérito criada para investigar o acidente que vitimou o primeiro Presidente de Moçambique independente. Transcorridos 20 anos, o referido grupo ainda não apresentou quaisquer resultados.

Vida empresarial

Após o abandono das políticas económicas socialistas pelo antigo Presidente da Republica, Joaquim Chissano, que incluiu a privatização de empresas estatais, Armando Guebuza tornou-se um empresário de sucesso e detém interesses nas áreas de electricidade, banca, telecomunicações, pescas, transportes, mineração, sector imobiliário, entre outras.

Os críticos afirmam que, como Presidente da República, ele tem tomado decisões sobre questões económicas que têm incidência sobre os seus interesses empresariais.

Desde que ascendeu à presidência, em 2005, Armando Guebuza tem expandido constantemente o seu “império” e acomodado os seus familiares e pessoas que lhe são próximas. Os filhos, Valentina, Armando, Mussumbuluko, Norah, os sobrinhos, Miguel e Daud, o cunhado e antigo ministro da Defesa, Tobias Dai, são alguns deles.

(Algumas) Empresas nas quais detém interesses

• Focus 21, Gestão e Desenvolvimento, Limitada

• Intelec Holdings, Limitada

• Vodacom Moçambique

• New Express Lda

• TATA Moçambique, Lda

• MOVA – Montagem de Veículos Automóveis, SARL

• Venturin, Limitada

• INTELEC, Lda – Indústria de Material Eléctrico

• Maluandle, Limitada

• INSPETEC – Sociedade da Inspecção de Engenhos Motorizados, Limitada

• Águia – Empreendimentos e Participações, Limitada

• Cornelder de Moçambique, SARL

• Beira Grain Terminal, SA

Entre outras

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