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Marina Pachinuapa: 7 de Abril não é para homenagear a esposa de Samora Machel

Marina Pachinuapa: 7 de Abril não é para homenagear a esposa de Samora Machel

Foto de Fim de SemanaA coronel na reserva e combatente da luta de libertação nacional, Marina Pachinuapa, disse que a OMM ao definir o dia 7 de Abril como Dia da Mulher Moçambicana não estava a homenagear a esposa do Presidente Samora Machel, mas sim a uma mulher que dedicou a sua vida à causa da libertação nacional.

Pachinuapa fez este pronunciamento durante a palestra sobre os desafios e contributo da mulher para o desenvolvimento do País, que teve lugar, na sexta-feira, 6 de Abril, em Maputo, no Ministério dos Transportes e Comunicações.

“Quando Josina Machel estava a estudar no Instituto Moçambicano, na Tanzânia, abdicou de uma bolsa de estudos na Suíça, tendo preferido a preparação político-militar, em Nachingwea, afim de participar na guerra de libertação nacional contra a dominação colonial”, frisou a coronel na reserva.

Lembrou ainda que Josina Machel contactou, pessoalmente, Eduardo Mondlane para lhe comunicar o seu desejo de se formar militarmente, no lugar de prosseguir os seus estudos na Europa. “

Ao terminar a instrução político-militar, na Tanzânia, em 1968, ela manifestou, novamente, a vontade de voltar para Moçambique e participar na luta armada, numa altura em que o conflito militar era muito intenso”, referiu Marina Pachinuapa, lembrando que nessa altura Josina Machel era a única menina oriunda do sul do País no grupo.

Entretanto, conforme destacou a antiga combatente, após o segundo congresso da Frelimo, realizado em Niassa, Josina casou-se com Samora Machel. Passou a residir em Tunduro, onde era responsável por um centro educacional para crianças. Oito meses após de ser mãe, Josina Machel adoeceu, tendo a Frelimo decidido submetê-la a tratamentos médicos em Moscovo, a capital da antiga União Soviética.

A guerrilheira voltou para Moçambique com uma longa lista de recomendações médicas, nomeadamente remédios e observância de uma dieta rigorosa, que incluía o consumo de carne, ovos, leite entre outros alimentos.

“Mas ela se recusava a beneficiar de uma dieta especial, alegando que se tratava de alimentos que nem sequer as crianças tinham”, indicou, acrescentando que, mesmo debilitada fisicamente, continuava a trilhar montanhas entre Cabo Delgado e Niassa, enfrentando condições adversas, para cuidar das crianças até que a sua saúde se agudizou e faleceu a 7 de Abril de 1971. Foi assim que o dia 7 de Abril foi estabelecido como o Dia da Mulher Moçambicana, pela Organização da Mulher Moçambicana (OMM), após a sua criação a 16 de Março de 1973, em homenagem a Josina Machel, heroína da luta de libertação nacional.

Presente na palestra, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, agradeceu à oradora pela disponibilidade, tendo realçado que a sua abordagem e ensinamentos vão ajudar a esclarecer algumas dúvidas, sobre o que se passou durante os 10 anos de luta pela independência nacional.

“É digno que nós continuemos a respeitar não só a figura de Josina Machel, mas também a vontade demonstrada pelas mulheres moçambicanas que se entregaram à causa da libertação nacional”, disse Carlos Mesquita.

É nesta perspectiva, conforme sublinhou o governante, que “assumimos esta responsabilidade, respeitando todas as mulheres que tombaram durante a luta de libertação e as que continuaram firmes durante o processo da luta e que continuam firmes para outros desafios que a nação exige”, acrescentou.

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