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“A tomada da base do presidente Dhlakama, pelos Comandos das FADM/FIR, marca o fim da democracia multipartidária em Moçambique” Renamo

As Forças de Defesa e Segurança atacaram na tarde desta segunda-feira, e com recurso a armamento bélico “pesado”, a base da Renamo, em Santunjira, na província central de Sofala, onde Afonso Dhlakama fixou residência há cerca de um ano. Embora os seus homens não tenham respondido ao ataque, o líder da “Perdiz” abandonou o local, estando neste momento em parte incerta.

“A tomada da base do presidente Dhlakama, pelos Comandos das FADM/FIR, marca o fim da democracia multipartidária em Moçambique. Esta atitude irresponsável do Comandante em Chefe das Forcas de Defesa e Segurança, coloca ponto final aos entendimentos de Roma” afirmou o porta voz da Renamo, em conferência de Imprensa na tarde desta segunda-feira em Maputo.

“Queremos informar os moçambicanos que o presidente Afonso Dhlakama mudou do local onde vinha residindo há um ano, porém, está de boa saúde e com a moral bastante elevada, pois este acto belicista do Governo veio mostrar quem de facto não quer a paz, não quer democracia, pretende processos eleitorais não transparentes de modo a perpetuar-se infinitamente no poder,” acrescentou o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga.

A Renamo ainda não respondeu ao ataque das forças governamentais, entretanto, avisa que não sabe qual será a situação nas próximas horas pois o seu líder, Dhlakama, está a perder controlo da situação. “Os próximos actos não deverão ser imputados ao presidente da Renamo, pois ele tudo fez para manter a calma, a paz, a democracia multiparidária”, sublinhou.

A Renamo entende que este ataque resulta do facto de o seu presidente ter “desafiado o Presidente da República, Armando Guebuza, a deixar de condicionar a circulação de pessoas e bens no troço que vai de rio Save até Muxúnguè, a partir deste segunda-feira (21).

“Neste momento que estou a falar, Santundjira está a ser fustigado com armamento bélico pesado, nomeadamente, canhão 75mm, morteiro 82mm, B10, anti-áreas e outro tipo de material de calibre superior”, referiu.

Este partido considera que a tomada da base do Afonso Dhlakama, pelas forças governamentais, “marca o fim da democracia multipartidária” em Moçambique. “Esta atitude irresponsável do Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança coloca ponto final aos entendimentos de Roma”, disse Mazanga.

No entanto, a “Perdiz” reitera que está disposta a lutar pela democracia no país, pois os seus quadros estão “proibidos de ter medo”. Na sua intervenção o porta-voz da Renamo sublinhou que “a solução militar já se mostrou no passado ser inviável para ocasiões desta natureza.

“Continuamos a condenar aqueles que ainda acreditam nas armas para a solução dos problemas de ordem político-ideológica, pois o século XXI não se compadece com mentes belicistas do tipo que estamos hoje a assistir em Moçambique”.

Recorde-se que esta segunda-feira a delegação da Renamo não se fez presente ao encontro com a sua contraparte do Governo para a continuidade do diálogo político.

Ainda nesta segunda-feira o Chefe de Estado, Armando Guebuza, iniciou a sua Presidência Aberta à província de Sofala onde, desde a passada quinta-feira (17), se registam confrontos armados entre forças governamentais e homens da Renamo.

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