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FMI ressalta que riscos sobre economia global se “acentuaram”

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou nesta terça-feira que os riscos de queda na economia mundial são agora “mais acentuados”, e alertou para a possibilidade de que ela entre em deflação, influenciada pela menor demanda e os baixos preços da energia.

“Os riscos aumentaram ainda mais com a volatilidade em mercados financeiros e os baixos preços das matérias-primas, criando novas preocupações sobre a saúde da economia global”, disse David Lipton, primeiro vice-director-gerente do FMI, em conferência em Washington.

Ele citou a queda nas bolsas de valores mundiais e a significativa fuga de capitais das economias emergentes, que em 2014 registravam entradas líquidas de 125 biliões de dólares norte-americanos em 2014 e passaram a um cenário de 200 biliões de dólares norte-americanos de retiradas líquidas em 2015.

Lipton afirmou que “o mundo pode cair em deflação (baixa generalizada dos preços) através de maiores taxas de juros reais, queda do PIB nominal e piora dos ratios de dívida pública”. Diante deste cenário, ele ressaltou que “uma prematura retirada do apoio monetário pode precipitar o mesmo resultado que o FMI quer evitar”.

Actualmente, o Banco do Japão e o Banco Central Europeu (BCE) realizam agressivos programas de estímulo monetário, enquanto o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) iniciou um ajuste nas taxas de juros de maneira muito gradual.

Com todas as “incertezas” que pairam sobre a economia global, Lipton reconheceu que os últimos cálculos do FMI para o crescimento global “podem já não ser aplicáveis”, o que aponta para uma nova redução das previsões do Fundo, que em Janeiro estimou o crescimento para este ano em 3,4%, dois décimos percentuais a menos que em outubro de 2015.

O FMI realizará entre os dias 15 e 17 de abril sua chamada assembleia de primavera, na qual divulgará suas novas projeções e reunirá líderes das economias de seus 188 países-membros para discutir os desafios globais.

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