O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu mais uma vez nesta quinta-feira suas previsões para a economia mundial e previu que o Produto Interno Bruto do planeta vai registrar este ano sua primeira contração desde a Segunda Guerra Mundial.
Menos de dois meses após a publicação de suas previsões, o FMI indicou que espera uma contração do PIB mundial de entre 0,5% e 1%. A instituição calculou que esta degradação justifica a adoção de novas medidas contra a crise nos grandes países ricos e emergentes.
As economias avançadas devem registrar uma “profunda recessão”, com um recuo de 3% a 3,5% de seu PIB, indicou.
Nos Estados Unidos, esta contração seria de 2,6%, e no Japão, de 5,8%.
Estes dois países correm “um risco elevado” de deflação, segundo o FMI. Na zona euro, este risco é moderado, mas o PIB ficaria com 3,2%.
Nos países emergentes e em desenvolvimento, a previsão de crescimento foi da mesma forma reduzida, ficando entre 1,5% e 2,5%.
“A atividade econômica mundial está caindo, com as economias mundiais registrando a baixa mais forte do pós-guerra, apesar de esforços públicos enérgicos”, constatou o FMI.
Segundo a instituição, o prolongamento da crise financeira minou a atividade econômica mundial além do que havia sido antecipado.
Em 2010, a atividade deve retomar lentamente, com um crescimento mundial positivo de 1,5% a 2,5%.
Estas previsões estão contidas numa nota que o FMI redigiu para preparar a reunião dos ministros do G20, no fim de semana, em Londres.
O Fundo indicou que os Estados não fizeram o suficiente frente à recessão.
Ele calculou que dentro do G20, seu objetivo de dedicar o equivalente a 2% do PIB a planos de retomada ainda não foi atingido.
“As respostas nacionais à crise mundial estão apenas começando. As medidas continuam sendo necessárias para restabelecer a estabilidade financeira”, afirmou a instituição multilateral.
“Atrasos na adoção de políticas globais para estabilizar as condições financeiras devem agravar a espiral negativa entre a economia real e o sistema financeiro, levando a uma recessão ainda mais profunda e longa”, segundo o FMI.
“Na realidade, com os avanços limitados até aqui para resolver o problema dos ativos invendáveis, a incerteza em torno da capacidade de solvência dos bancos continua elevada, impedindo uma volta da confiança dos mercados. As condições do crédito continuam gravemente deterioradas”, explicou.
O FMI deve publicar em abril previsões mais detalhadas, antes de sua tradicional reunião de primavera.
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