Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) está na capital de Moçambique, desde esta quinta-feira(16), para dar continuidade ao processo de verificação dos factos relacionados com os empréstimos escondidos das empresas Proindicus e Mozambique Asset Management (MAM) assim como avaliar a situação macroeconómica do nosso País. Mas a instituição de Bretton Woods não irá identificar e responsabilizar os agentes do Estado que concederam as garantias aos empréstimos, violando a Constituição da República e a Lei Orçamental.
Falando em conferência de imprensa nesta quinta-feira em Washington Gerry Rice afirmou a equipa do FMI estará em Maputo até ao próximo dia 24 e que o objectivo é “continuar o processo de verificação dos factos relacionados com os empréstimos escondidos e analisar a situação macroeconómica em que se encontra o país”.
“A missão, neste momento, não terá como objectivo discutir ajuda financeira. Faremos primeiro uma avaliação para esclarecer os factos”, enfatizou o porta-voz do FMI.
A revelação dos empréstimos com aval ilegal do Governo de Armando Guebuza das empresas Proindicus (no valor de 622 milhões de dólares norte-americanos contraídos em 2013 junto dos bancos CreditSuiss e VTB) e da MAM (no valor de 535 milhões de dólares norte-americanos contraído em 2014 no banco VTB) levou o FMI a suspender a deslocação de uma delegação que viria a Maputo em Abril.
Na sequência do cancelamento da missão do Fundo Monetário Internacional os doadores internacionais que apoiam o Estado moçambicanos suspenderam a sua cooperação. O
É pouco provável que esta missão do FMI venha identificar e responsabilizar publicamente os agentes do Estado que concederam as garantias aos empréstimos, violando a Constituição da República e a Lei Orçamental.
Até porque esta instituição de Bretton Woods já teve acesso aos documentos relativos a estes empréstimos, o primeiro-ministro de Moçambique esteve nos Estados Unidos da América a apresenta-los, e saberá quem os assinou.
Os moçambicanos terão que continuar a aguardar “serenamente” e calmamente pelas investigações que a Procuradoria Geral da República(PGR) está a realizar.
Importa destacar a morosidade do trabalho da PGR que, por exemplo, abriu um processo a 12 de Agosto de 2015 para o esclarecimento da dívida da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) mas só na semana finda a PGR começou a ouvir os representantes da empresa. Ironicamente o gestor máximo da EMATUM gere também as empresas Proindicus e MAM.