O último filme moçambicano realizado pelo cineasta Licínio de Azevedo, intitulado “Virgem Margarida” foi premiado em dois festivais internacionais que ocorreram, recentemente na França e na Tunísia.
“Virgem Margarida” tem como enredo a história de ficção de uma jovem camponesa virgem e que foi detida por engano e levada com verdadeiras prostitutas para um campo de reeducação na província do Niassa, norte de Moçambique.
Segundo um comunicado da produtora Ébano Multimedia, o filme recebeu no total três prémios, nomeadamente melhor longa-metragem e uma menção especial do júri Signis (Organização Internacional da Igreja Católica para Comunicação pelo seu valor humanitário, durante o 32º festival internacional do Filme de Amiens, na França, que decorreu de 16 a 24 deste mês.
A terceira distinção do “longa”, desta vez indirecta, foi pela premiação da actriz moçambicana, Iva Mugalela, como a melhor actriz secundária no filme. O reconhecimento ocorreu durante a jornada cinematográfica de Cartago que decorreu na mesma semana em Túnis, Tunísia.
O filme teve a sua primeira estreia no Festival de Toronto, o mais importante da América. Em seguida, estreou na Europa com uma exibição em Londres, no Reino Unido.
Antes de França e Tunísia, onde foi premiado, o filme “Virgem Margarida” foi exibido em Berlim, na Alemanha, no âmbito do primeiro Festival Lusófono organizado pela Berlinda.org, que terminou no último dia 17 de Novembro.
O filme, do cineasta brasileiro Licínio de Azevedo radicado em Moçambique, reporta a odisseia de mulheres num campo de reeducação para prostitutas, onde são torturadas em nome de uma causa supostamente nobre, logo a seguir à independência país.
Na época (período pós-independência) o governo enviou milhares de moçambicanos para campos de reeducação, com o objectivo de construir o “homem novo”. A política de reeducação não excluía militantes da Frelimo, o partido saído da luta armada de libertação nacional contra o colonialismo português e que assumiu o poder.
“A Virgem Margarida” é uma coprodução entre Moçambique, Portugal e França. O filme foi filmado em Maputo e em florestas do centro do país, entre Abril e Maio de 2010.
