O primeiro-ministro inaugurou nesta quinta-feira (31) a 7ª edição da Feira Internacional de Turismo (FIKANI) desafiando os participantes a transformarem o evento numa “montra de Moçambique para o mundo”. Porém não explicou como o mundo virá a Cidade de Maputo ver a FIKANI que também não está a atrair turistas nacionais.
Após visitar os stands que fundamentalmente divulgam as províncias de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário arrolou uma série de indicadores positivos que disse serem o resultado da implementação do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo 2016-2025.
“Aumento do número de chegadas internacionais de turistas que visitam o nosso país onde se verificou a entrada de 2,8 milhões de turistas, em 2018, contra 1,6 milhões em 2015; Arrecadação de 241.8 milhões de dólares americanos, em 2018, contra 196 milhões de dólares americanos em 2015; e Incremento de postos de trabalho nas áreas de alojamento, restauração, agências de viagens e outras actividades turísticas, de 58 mil postos de trabalho em 2015 para 64,6 em 2018”, arrolou.
Contudo estes números apresentados pelo o primeiro-ministro são desmentidos pelo Instituto Nacional de Estatística que contabilizou apenas 5,08 biliões de Meticais (cerca 84 milhões de dólares, 35 por cento do montante indicado pelo primeiro-ministro) como receitas dos operadores turísticos no nosso país em 2018.
Carlos Agostinho do Rosário desafiou aos operadores turísticos, que na realidade eram na sua maioria funcionários das instituições estatais de turismo a nível nacional e provincial, a transformarem a FIKANI “num verdadeiro espaço de convívio, negócio e uma montra de Moçambique para o mundo”.
Acontece que a Feira não deverá receber operadores turísticos mundiais que nem sequer estão informados da sua realização. Por outro lado a FIKANI também não está desenhada para vender destinos turísticos aos moçambicanos, fica a dúvida sobre qual o alvo real do evento.