A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) anunciou nesta sexta-feira estar disposta a adiar para 2010 a aplicação do novo sistema de atribuição do título mundial de F1, segundo o qual o campeão será agora o piloto com maior número de vitórias, e não mais o piloto com maior número de pontos.
“Se, por algum motivo, as escuderias de Fórmula 1 não concordarem com o novo sistema, a aplicação do mesmo será adiada para a temporada 2010”, disse a FIA em comunicado.
O Conselho Mundial da FIA decidiu na terça-feira atribuir o título de campeão mundial de F1 ao piloto que vencer o maior número de corridas a partir da temporada 2009, que começa no dia 29 de março em Melbourne, na Austrália.
A FIA destacou que em caso de empate no número de vitórias, o sistema de pontos voltará a prevalecer para determinar o vencedor. Segundo a FIA, o Conselho Mundial rejeitou “de forma unânime” a sugestão formulada pela Associação das Escuderias de F1 (Fota) de “modificar a escala de pontuação” para dar mais valor aos três primeiros lugares.
Segundo a proposta da Fota, o vencedor ganharia 12 pontos (em vez de 10 atualmente), o vice ficaria com nove pontos (em vez de oito) e o terceiro com sete (em vez de seis).
O novo sistema anunciado pela FIA suscitou uma onda de críticas, tanto das escuderias como dos pilotos.
“Depois da decisão tomada em 17 de março pelo Conselho Mundial da FIA de mudar as condições de atribuição do título mundial de pilotos, as escuderias se reuniram e resolveram questionar a validade da medida”, anunciou a Fota mais cedo nesta sexta-feira, destacando que as escuderias não foram consultadas.
Bernie Ecclestone, dono dos direitos comerciais da F1 e idealizador da medida, “achava que as escuderias concordavam com o novo sistema”, alegou a FIA para justificar sua decisão.
Lewis Hamilton (McLaren), Nick Heidfeld (BMW) e Fernando Alonso (Renault) são alguns dos pilotos que criticaram o novo esquema. “Não gostei dessa decisão. Uma equipe e seus pilotos devem ser premiados pela regularidade”, afirmou o inglês, que teria perdido o campeonato mundial do ano passado para o brasileiro Felipe Massa se o novo sistema já estivesse em vigor.
“Não entendo a necessidade de mudar as regras desse esporte constantemente. Acho que esse tipo de decisões só confunde o público”, considerou, por sua vez, o espanhol Alonso, bicampeão mundial em 2005 e 2006.
“Não entendo de que maneira esse novo regulamento vai contribuir para o desenvolvimento da F1”, declarou o heptacampeão mundial Michael Schumacher, hoje conselheiro especial da Ferrari.