A sexta edição do Standard Bank Acácia Jazz Festival proporcionou ao público uma noite memorável no Centro Cultural Moçambique-China (CCMC), onde artistas nacionais e internacionais partilharam o palco numa celebração vibrante da música e da diversidade cultural. Realizado a 29 de Novembro último, o concerto assinalou o 138.º aniversário da cidade de Maputo e reafirmou o festival como referência do calendário artístico moçambicano.
No palco, a energia foi contagiante. Esperanza Spalding conquistou a plateia com a sua mestria no contrabaixo e uma entrega vocal excepcional, criando momentos de grande proximidade com o público. O saxofone de Eric Darius elevou o ritmo e a fasquia da noite, com fusões de smooth jazz, R&B e sonoridades contemporâneas que levantaram a sala e lhe valeram longas ovações.
“Estar diante desta plateia fantástica é uma experiência que nunca esquecerei. Ter a oportunidade de tocar com músicos moçambicanos, sentir os ritmos e as vibrações que trazem para a música, foi incrível. São músicos extraordinários e espero colaborar com eles no futuro”, afirmou Eric Darius.
Os músicos moçambicanos deram brilho próprio ao evento. Jimmy Dludlu, acompanhado por talentos da Escola de Comunicação e Artes (ECA), conduziu o público por ritmos nacionais e homenagens a figuras do nosso panorama musical. Já Isaac Project surpreendeu pela fusão fresca entre jazz contemporâneo, gospel e ritmos africanos, afirmando-se como uma promessa segura da música nacional.
“Fui muito bem acolhido pelo público. Tivemos uma boa actuação e fomos muito aplaudidos. Moçambique venceu mais uma vez. Somos arte, música, jazz, e transmitimos aquilo que vem de nós para o público”, frisou Isaac Project.
Para o Standard Bank, a sexta edição do Acácia Jazz consolida o festival como motor de dinamização artística e plataforma de afirmação de Maputo no panorama cultural nacional e internacional.
“Vamos continuar a promover este género musical, para que mais moçambicanos cultivem o gosto pelo jazz e para proporcionar experiências únicas com artistas de renome mundial. Aproveitamos ainda os intervalos para apresentar música tradicional, permitindo que os artistas internacionais conheçam instrumentos como a timbila”, sublinhou Bernardo Aparício, Administrador-Delegado do Standard Bank.
Por seu turno, o presidente do Conselho Municipal de Maputo, Razaque Manhique, destacou o impacto cultural da iniciativa: “Este evento engrandece a nossa cidade. Temos músicos de mérito internacional que projectam Maputo no panorama global. Esta é a verdadeira promoção cultural. Deixo uma palavra de apreço ao Standard Bank, que tem estado connosco e abraçado as causas da nossa capital”.
A reacção do público foi marcada por entusiasmo, aplausos longos e orgulho em ver o talento moçambicano a dialogar, de igual para igual, com artistas de renome mundial. Para o espectador Albino Dimande, o festival constitui uma excelente iniciativa para “entreter os munícipes amantes de jazz, trazendo nomes de alto gabarito internacional para quem não consegue viajar para assistir a concertos deste nível”.
A antiga ministra da Cultura, Etelvina Materula, realçou o facto de o festival apresentar inovações a cada edição, o que demonstra que “está a crescer a vários níveis. É inclusivo e permite-nos, nos intervalos, desfrutar do melhor da música moçambicana. Estive a ouvir um dos nossos mestres da marrabenta e fico feliz por testemunhar este crescimento”.
Importa realçar que o festival contou ainda com dois palcos, nomeadamente o principal, na sala do CCMC, e outro no átrio, permitindo que o público desfrutasse de actuações contínuas, incluindo apresentações de instrumentos tradicionais, como o bandolim de Ernesto Zevo ou simplesmente Ximanganine, a mbira de Ivan Mucavele e a timbila do mestre Eduardo Durão.
