As equipas do Ferroviário de Maputo e da Beira disputam, desde a última quinta-feira (29), as três partidas da final da temporada 2013/2014 da Liga Nacional de Basquetebol, prova que decorre na cidade de Maputo. Nas meias-finais, os dois conjuntos eliminaram o Costa do Sol e o Desportivo de Maputo, respectivamente, sem, contudo, recorrerem ao terceiro jogo dos “play-off”.
Depois de ocupar o topo da tabela classificativa com um total de 14 pontos, fruto de sete vitórias em igual número de jogos, o Ferroviário de Maputo eliminou o Costa do Sol, o quarto classificado, da corrida à final desta prova que se disputa no pavilhão do Maxaquene. No primeiro dos três confrontos dos “play-off” das meias- -finais, o conjunto locomotiva esteve bem nos primeiros 10 minutos ao vencer por uma diferença de quatro pontos, ou seja, por 14 a 10.
No segundoperíodo, o Costa do Sol teve melhor desempenho do que na etapa inicial ao marcar 12 pontos, porém o Ferroviário de Maputo conseguiu apontar mais oito, tendo, por isso, saído ao intervaloa vencer por 34 a 22.
No terceiro tempo, o Ferroviário de Maputo esteve novamente à frente no marcador com 21 pontos contra 19 do Costa do Sol. Na etapa conclusiva, apesar de Milagre Macome ter colocado todas as suas principais estrelas em jogo, com o propósito de contrariar o poderio da equipa adversária, a vitória foi alcançada pelo Ferroviário de Maputo com o resultado final de 71 a 66.
O poste canarinho, Lamar Robinson, foi o melhor marcador nesta partida com 23 pontos, sendo que Custódio Muchate, do Ferroviário, se destacou nos ressaltos, com um total de nove. No segundo dia, o Costa do Sol esforçou-se bastante para evitar a eliminação precoce ao liderar os primeiros dois períodos, tirando proveito da apatia dos pupilos de Horácio Martins. A equipa treinada por Milagre Macome venceu pelos parciais de 19 a 15 e 20 a 18.
Na terceira etapa, Martins pediu aos seus jogadores para que atacassem a tabela do adversário através de lançamentos na linha dos 6, 25 metros, uma forma encontrada para fugir à marcação dos canarinhos e recuperar a desvantagem no marcador. Face à nova postura adoptada pelo Ferroviário, Milagre Macome também impulsionou a “metamorfose” táctica no seu conjunto, fazendo entrar em campo Sérgio Macuácua, um especialista em lançamentos na zona dos três pontos.
Contudo, a falta de intensidade, por manifesto cansaço dos jogadores, castigou o Costa do Sol que não conseguiu adiar o apuramento da locomotiva à final da Liga Nacional com o resultado de 81 a 72. Ainda assim, Lamar Robinson foi a figura de encontro ao apontar 29 pontos, contra 20 da dupla Custódio Muchate e Edson Monjane do Ferroviário de Maputo.
A verdade dos intervenientes
Gerson Novela, treinador adjunto do Ferroviário de Maputo
“Sabíamos que não seria uma tarefa fácil eliminar o Costa do Sol. Viu-se que chegou às meias-finais com a lição bem estudada. Mas foi graças ao empenho e à competência dos nossos jogadores que conseguimos atingir o nosso primeiro objectivo que era o de disputar a final desta Liga Nacional. Agora é só vencer os jogos que se seguem, sem querer desprezar a capacidade do nosso adversário”.
Milagre Macome, treinador do Costa do Sol
“Os árbitros não foram justos na tomada de decisões. Beneficiaram o Ferroviário de Maputo, apesar de termos lutado até ao fim. Não conseguimos o apuramento à final, porém teremos de lutar pelas medalhas de prata”.
Campeões nacionais defendem o título na final locomotiva
O campeão nacional em título, o Ferroviário da Beira, que durante a fase regular averbou apenas uma derrota, curiosamente contra o outro finalista, o Ferroviário de Maputo, não teve tarefa fácil no primeiro jogo dos “play-off” diante do terceiro classificado, o Desportivo de Maputo. Na primeira das quatro etapas do jogo número um, os beirenses venceram por 26 a 18, façanha que repetiramna segunda em que venceram por 20 a 14.
Contudo, os campeões nacionais em título distraíram-se no terceiro período a ponto de permitirem a recuperação da turma alvinegra que venceu por 18 a 14, um parcial que não foi suficiente para evitar a desvantagem de 10 pontos no marcador. Na etapa conclusiva, o Desportivo esteve no comando das operações, todavia não conseguiu impedir o primeiro triunfo do Ferroviário,por 71 a 67.
Ismael Noormamad, extremo da equipa locomotiva, foi o melhor marcador deste embate com um total de 21 pontos, enquanto o seu colega, o norte-americano Jesuan Jonhson, teve o maior número de ressaltos, 12. No segundo jogo, o Desportivo de Maputo entrou disposto a empatar os “play-off” ao surpreender o Ferroviário da Beira com uma postura táctica, ofensivamente ousada, diferentemente do que aconteceu no primeiro confronto.
Ainda assim, a equipa alvinegra consentiu uma derrota no período inicial, por 14 a 12. No segundo tempo, os campeões nacionais perderam por apenas um ponto, mas foram ao intervalo a vencer por 26 a 25. No reatamento, o Desportivo conseguiu chegar ao empate, resultado com que se entrou no quarto e último período, etapa em que Octávio Magoliço, o poste da equipa locomotiva, foi determinante ao apontar nove pontos num intervalo de dois minutos, mudando definitivamente o rumo dos acontecimentos.
O Desportivo não consegui fazer face à desvantagem, tendo perdido o confronto por 58 a 73, um resultado que colocou o Ferroviário da Beira na segunda final consecutiva da Liga Nacional de Basquetebol. O melhor marcador desta partida foi o poste do Ferroviário da Beira, Octávio Magoliço, com um total de 21 pontos, enquanto Jesuan Johnson, da mesma colectividade, protagonizou 11 ressaltos.
A verdade dos intervenientes
Luís Covane, treinador do Desportivo de Maputo
“Estivemos bem nos três jogos que fizemos contra o Ferroviário da Beira. Na fase regular dominámos completamente o nosso adversário, apesar de termos cometido erros defensivos que nos custaram a derrota no último período. Nestes “play-off” não conseguimos mostrar o nosso real valor e isso foi bem aproveitado pelo Ferroviário. Agora resta-nos apenas lutar pelo terceiro lugar”.
Inaque García, treinador do Ferroviário da Beira
“O mais importante foi ter derrotado o Desportivo nos primeiros dois jogos. É nossa obrigação defender o título na final e, apesar de termos um adversário forte, o nosso objectivo é erguer novamente o troféu desta Liga Nacional de Basquetebol”. Importa referir que os três jogos dos “play-off” arrancaram na noite desta quinta-feira (29) no pavilhão do Maxaquene, na cidade de Maputo, sendo que o campeão nacional sairá do conjunto que tiver mais vitórias.
