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Férias Escolares: Entre o Repouso e a Folia

O ano lectivo termina e o final das aulas leva sempre no bojo a possibilidade de descansar. Passar mais tempo em família e longe dos livros, actividades extracurriculares, rever os amigos, conhecer novas pessoas e divertir-se à grande. São estas as imagens que vêm à cabeça dos estudantes interpelados pelo “CAMPUS” quando pensam em férias.

Mas, às vezes, este período de descanso torna-se numa época de pesadelo, uma vez que, por um lado, está o calendário dos exames da segunda época e, por outro, as empresas não oferecem trabalhos de férias e as universidades não organizam férias para os estudantes. Diversão e descanso são as palavras de ordem dos jovens estudantes quando o assunto é férias escolares.

Depois de um ano de correrias, entramos numa época em que os jovens universitários não querem, nesta altura, pensar em cadernos, livros ou material escolar, senão como e onde vão aproveitar as férias. Apesar de grande parte das empresas e instituições do ensino superior no país não promoverem projectos de férias para os estudantes, os universitários não abdicam do seu direito de desfrutar o merecido descanso.

Mas nem todos os estudantes, neste período de “despreocupação”, se dão ao prazer de gozar as merecidas férias depois de duros horários exigidos durante o semestre universitário. Aliás, enquanto uns poderão aproveitar ao máximo as férias, dos outros, por terem reprovado em algumas disciplinas, não será permitido seguir à risca a máxima italiana do dolce fare niente, ou seja, literalmente, doce fazer nada.

Actualmente, as férias não só são vistas como uma oportunidade para viajar, visitar parentes ou simplesmente recuperar as forças para o próximo ano lectivo mas, com as actuais exigências do mercado de trabalho nacional, os estudantes moçambicanos têm usado as suas férias escolares para se actualizarem e aprimorarem os seus currículos socorrendo-se da participação em workshops, realização de cursos extracurriculares, estágios e trabalhos comunitários, quer dizer, prestação de serviços não remunerados na área da sua formação nos distritos do país.

“Nas férias geralmente aproveito para me informar sobre as oportunidades que o curso de Direito oferece e aprofundar os ramos desta área”. Esta é a opinião de Rosa Filipe Buivi, estudante do 4º ano do curso de Direito da Universidade Jean Piaget, que lamenta ainda o facto de a instituição na qual estuda, desde o ano de 2006, nunca ter promovido férias colectivas.

Segundo Rosa, a provável causa disso é a falta de uma estrutura por parte da associação dos estudantes daquela instituição privada sedeada na cidade da Beira. Quando não está a fazer prospecção do mercado de trabalho, Rosa aproveita o tempo livre para se divertir e, quando pode, visita alguns familiares na cidade de Maputo.

Quem também lamenta a não existência de projectos de férias para os estudantes a nível das universidades é Vanuza da Fonseca, estudante do 1º ano do curso de Sociologia. De acordo com aquela estudante da Universidade São Tomás de Moçambique, USTM, seria meritório que a universidade organizasse umas férias em todos os finais do ano lectivo de modo a proporcionar aos estudantes um ambiente saudável de comunhão e confraternização.

Para Vanuza, o período das férias, além de ser um momento de repouso ou reflexão, é também de procura de oportunidade no mercado de trabalho de maneira a obter experiência profissional para fazer face às exigências que virão logo após a formação.

Mas lamenta o facto de as empresas moçambicanas não abrirem as porta para um estágio voluntário. Ela normalmente goza as férias na sua terra natal, Nampula, junto dos seus progenitores e, durante o período, aproveita para passear, visitar alguns familiares, rever amigos e divertir-se. À semelhança das duas últimas interlocutoras, Célsio Bila, estudante do 4ºano do curso de Ciências Jurídicas da Universidade Politécnica, vê as férias como uma possibilidade de mudar a rotina estudantil.

Aliás, para Célsio, a época de gozar o merecido repouso é uma oportunidade para fazer coisas diferentes tais como visitar os familiares, amigos, expairecer, ou seja, fugir da vida agitada e estressante. “A associação dos estudantes da A Politécnica, frequentemente, organiza actividades culturais e desportivas, intercâmbios e excursões”, revela e sublinha que a instituição devia promover acampamento universitário onde os estudantes pudessem ter o contacto com o Moçambique real, o que poderá servir como uma outra componente de formação.

Tendo em conta a carga de informação, Célsio Bila afirma que seria necessário que a universidade organizasse colónias de estudos durante as férias.

Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito na sua 2ª fase

A Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM) elaborou o plano para a segunda fase do projecto que terá a duração de quatro anos (2010-2014).

O presente projecto tem como objectivo central continuar a contribuir no reforço das capacidades dos governos distritais e das comunidades locais no processo de desenvolvimento do distrito através de uma simbiose entre o conhecimento técnico-científico adquirido na faculdade e o conhecimento empírico das comunidades locais, traçando soluções sustentáveis para o desenvolvimento local.

Nesta fase do projecto “Férias Desenvolvendo o Distrito”, o seu início será marcado pela realização da quinta edição, entre os dias 15 de Janeiro e 20 de Fevereiro de 2010, e vai priorizar a implementação de forma descentralizada, por via das delegações províncias da AEFUM, ou seja, os estudantes duma certa província deslocar-se-ão para os distritos da mesma província.

Refira-se que nos distritos, os finalistas estarão a interagir com técnicos integrados em diversos sectores de trabalho e com as comunidades, de acordo com as necessidades e respondendo às solicitações dos governos distritais nas seguintes áreas: Agricultura, Saúde, Pecuária, Educação, Pescas, Turismo, Comércio, Administração Pública, Planificação e Finanças Descentralizadas, Tecnologias de Informação e Comunicação, Geologia e Minas, Ambiente, Obras Públicas e Acção Social, entre outras.  

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