O dinheiro que o Ministério da Educação aloca às escolas especiais nacionais não cobre as despesas inerentes ao processo de ensino e aprendizagem, que incluem a contratação e formação contínua de professores capazes de leccionar a língua de sinais e o braille, por exemplo.
A técnica do Departamento de Educação Especial no Ministério da Educação, Maria Manguana, não especificou os montantes que anualmente são canalizados às escolas especiais para a execução dos planos internos inerentes à formação das pessoas deficientes.
Todavia, reconhece que a inclusão dos deficientes auditivos no país ainda está longe de ser efectiva por causa de vários constrangimentos, tais como a falta de professores qualificados e em número significativo.
Como forma de solucionar o problema, o pelouro da Educação tem apostado em capacitações de professores de diferentes subsistemas de ensino-geral em matérias do sistema braille, línguas de sinais e métodos de ensino para as crianças que sofre de atraso mental.
Segundo Maria Manguana, as capacitações decorrem, anualmente, em três centros regionais, nomeadamente: Gaza, Tete e Nampula. Já beneficiou 200 pessoas entre alunos e professores.
Apesar deste esforço persistem algumas barreiras, tais como falta de domínio das matérias por parte dos professores. Consequentemente, a formação do processo de ensino e aprendizagem na sala de aulas é de certa forma limitado, os formandos sentem-se excluídos e isolam-se do convívio social e familiar.
A técnica do Ministério da Educação sugere que antes da contratação de professores é preciso, primeiro, criar condições de formação nas escolas de acordo com a especificidade dos deficientes. Seria útil ainda envolver, massivamente, psicólogos para trabalharem a parte cognitiva desta camada social, mas não existem verbas para o efeito.