O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima em cerca de 1,1 milhões de crianças menores de cinco anos que morrem anualmente, ou cerca de 3000 numa base diária, em consequência de diarreia, segunda maior causa de mortes de menores em todo o mundo.
As diarreias resultam, na maioria dos casos, da falta de condições adequadas de acesso a água e saneamento, sobretudo nas zonas rurais, onde as comunidades têm de percorrer longas distâncias em busca do precioso líquido.
Todavia, as evidências existentes, segundo o UNICEF, mostram que a lavagem das mãos com água e sabão, nos momentos críticos – antes de comer ou preparar os alimentos e após usar o banheiro – pode reduzir a diarreia em 45 por cento.
A lavagem das mãos com água e sabão pode reduzir a incidência de infecções respiratórias agudas em cerca de 23 por cento, segundo um comunicado de imprensa do UNICEF recebido, pela AIM, por ocasião do Dia Mundial de Mãos, assinalado sábado a escala planetária.
Um estudo realizado recentemente no Nepal, país asiático, mostrou que a lavagem das mãos por parte das mães e parteiras contribuiu para uma redução de 40 a 44 por cento da mortalidade neonatal.
Este hábito de higiene pessoal e colectivo previne também infecções como tracoma e ‘ascaris’, assim como pode ser uma medida fundamental no controlo de surtos de infecções respiratórias.
Uma revisão de vários estudos feitos em diversos países mostra que a lavagem de mãos em instituições como escolas primárias e creches pode reduzir a incidência de diarreia em uma média de 30 por cento.
O comunicado refere que acesso à água potável e saneamento básico permanece baixo em Moçambique, essenciais para melhorar a saúde das crianças e das famílias, devido à alta prevalência de doenças transmitidas pela água.
Falta de acesso a água potável também afasta por muito tempo as famílias das actividades produtivas, pois leva tempo para caminharem até uma fonte para obter o precioso líquido, uma tarefa normalmente realizada por mulheres e meninas.
Desta feita, melhores condições sanitárias e práticas de higiene, particularmente em áreas rurais e peri-urbanas, deve ser uma prioridade nacional e requer uma forte colaboração multissectorial para resolver as causas subjacentes de doenças transmitidas pela água.