Uma funcionária da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações em Inhambane encontra-se no banco dos réus, desde a última quinta-feira (19), por desvio de 340 mil meticais, durante a requisição de combustível para as viaturas dos seus superiores hierárquicos, quando era chefe do Departamento de Finanças naquela instituição do Estado. Com o beneplácito de algum “camarada”, a visada até devassava as contas daquela entidade, pese embora não tivesse habilidades para o efeito.
Trata-se de Mariamo Aligy, que diante do tribunal admitiu que, apesar de ostentar o título de contabilista, não era e nunca o foi. Apenas assumiu o cargo de chefe do Departamento de Finanças por confiança, e não por competência. Todavia, ela não disse quem a colocou naquela função.
Julgado no âmbito do processo sumário número 07/18, a ré disse que por orientação dos seus chefes, não só efectuava requisição de combustível para as viaturas dos seus superiores hierárquicos, como também entrava no sistema e transferia dinheiro da instituição.
Durante esse processo, a visada aproveitava pagar outras despesas da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações sem o conhecimento e consentimento da respectiva diretora.
Mariamo Aligy confirmou o roubo ao Francisco Simão, actual chefe do Departamento da Administração e Finanças na Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações em Inhambane. Este contou, por sua vez, ao tribunal, que não percebe por que motivo foram feitas transferências de dinheiro se a entidade tinha outro fundo para combustível.
Aliás, a Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações tinha combustível suficiente para funcionar sem sobressaltos no período em que o desfalque aconteceu.
Francisco Simão compareceu ao tribunal na qualidade de declarante, a par da secretária da directora Provincial dos Transportes e Comunicações, Olinda António. Esta disse que, certas vezes, entrava igualmente no sistema de pagamentos da instituição a mando da ré Mariamo Aligy, que ordenava ainda que se fizesse transferência de fundos em função das requisições que apresentava.
Isaías Carlos, também declarante, afirmou que ele é motorista daquela instituição. Contudo, internamente teve influências e amizades que lhe permitiam averiguar a origem e o paradeiro do dinheiro antes de ser transferido para o pagamento de combustível.
A sessão de julgamento prossegue na quinta-feira (26), dia em que o tribunal irá ouvir os declarantes que faltaram na primeira audiência, nomeadamente Nelcia Alfredo e Américo Rafael.