Médicos podem voltar à greve. A Faculdade de Medicina quebra acordo com os médicos e reprova estudantes finalistas que faltaram durante os 8 dias que a greve durou.
Quando os médicos chegaram a acordo para o fim da greve uma das exigências foi a retirada das ameaças e das faltas marcadas durante a vigência da paralisação das actividades. Porém, a Faculdade de Medicina, através de uma circular assinada pelo seu director, fez saber que os médicos estagiários que participaram na greve foram reprovados.
Contudo, na assinatura do acordo que pôs fim a greve o ministro da Saúde, Alexandre Manguele, tinha dito que este assunto seria resolvido pelo órgão que lidera.
“Em relação à questão atinente ao termo e retirada das ameaças, intimidações e futuras represálias aos médicos e médicos estagiários e o tratamento a dar em relação às ausências de médicos no período de paralisação das actividades, a questão será objecto de uma circular do Ministério da Saúde”, ressalvou o ministro da saúde.
O Ministério da Saúde sublinhou, na altura, que as instituições do Serviço Nacional de Saúde “serão orientadas” sobre como “proceder de imediato no sentido de salvaguardar que não estejam a ser tomadas quaisquer medidas administrativas” em relação aos médicos e médicos estagiários que não se apresentaram no local de trabalho até à data da assinatura do acordo.
Alexandre Manguele resumiu o entendimento que ditou o fim da paralisação dos médicos, como resultando de compreensão de parte-a-parte e não propriamente de cedências.
Agora, o entendimento é outro e a Faculdade de Medicina já tomou a dianteira com esta medida que pode abrir velhas feridas e provocar uma nova greve.