Até finais de 2010, a factura de combustíveis deverá elevar-se em cerca de 200 milhões de dólares norte-americanos, para 540 milhões de dólares, contra os cerca de USD 340 milhões de 2009. O aumento deriva dos constantes agravamentos dos preços dos combustíveis que o Governo tem vindo a realizar desde o início de 2010, “provocando uma forte pressão no Mercado Cambial Interbancário sobre a procura de divisas”, reconheceu ao Correio da manhã o porta-voz do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa.
A pressão fez com que até Setembro corrente fossem vendidas divisas no valor global de 620 milhões de dólares, “grande parte do valor para importação de combustíveis”, explicou Waldemar de Sousa, indicando que, em Setembro de 2008, a sua instituição colocou no mercado cambial cerca de 110 milhões de dólares, para em Setembro deste ano serem vendidas divisas no valor total de 216 milhões de dólares só para importação de combustíveis.
Refira-se, entretanto, que o BM está desde Agosto passado a suportar em 100% a importação de combustíveis, medida tomada para aliviar os bancos comerciais da forte pressão que sofriam com a operação junto dos seus clientes, sindicato de venda de divisas e junto ao banco central, segundo igualmente o porta-voz do BM.
Em Outubro próximo, aquela instituição financeira moçambicana, que serve de banqueiro do Estado, deverá realizar o primeiro balanço do impacto da decisão de passar a suportar a totalidade da factura de importação dos combustíveis, contra os anteriores cerca de 40% de comparticipação.
A medida está a resultar na “estabilidade cambial” caracterizada pela actual tendência da apreciação do Metical, nos vários segmentos de mercado, enquanto que a taxa média dos bancos comerciais nas suas operações com o público seguiu a mesma tendência, “reduzindo o spreed entre as mesmas operações para níveis inferiores a 1%”, indicou Waldemar de Sousa.
Na primeira quinzena de Setembro de 2010, a cotação do Dólar norte-americano registou uma apreciação nominal do Metical de 1,77%, comparativamente à taxa de câmbio que vigorou no fecho da quinzena anterior, reduzindo, em termos acumulados e anuais, as suas perdas para 31,3% e 32,9%, respectivamente.