Eu acho que nós os mais jovens devíamos ser mais ponderados na nossa forma de pensar, de agir e nas nossas atitudes, afinal, as nossas vivências nesta faixa etária permitem-nos experimentar de tudo ou quase, que a vida nos amolda. Perdoem-me ter de começar o presente artigo nestes moldes.
A verdade é que estou muito insatisfeito e envergonhado com o comportar de muitos jovens nas redes sociais, no caso o facebook. Correcto que todo o indivíduo que lá se faz, desde que se regista, fica livre de usar aquela plataforma ao seu bel-prazer quando quer e como quer. Mas há coisas que nós temos de analisar com alguma ponderação.
Muitos, principalmente os pais, devem nem perceber do que estou aqui a dissertar ou o que pretendo transmitir nesta exposição.
Vou ser claro e buscando abranger a todos numa só linguagem: Existe uma rede social na Internet onde a juventude, sobremaneira, se encontra para trocar ideias, fotos, vídeos, agendar encontros, estudar, enfim, tudo o que se faz na Internet.
Só para pormenorizar, foi esta plataforma que fez cair Hosni Mubarak, que forjou as recentes manifestações em Londres e que fez cair Sócrates em Portugal, pois a juventude (que é a maioria e meu objecto de análise) combinou tudo lá.
O facebook é uma plataforma universal, digital e vista por todos em todo o mundo, não só Moçambique. Lá existem pessoas de diversos quadrantes desde malfeitores até aos mais religiosos e todos ligados numa rede de amizade.
Portanto e sendo assim, aquela rede social podia no mínimo ser usada para fins positivos que são os que o regem: aproximar as pessoas e uni-las numa sociedade cada vez mais globalizada e progressista.
Mas, infelizmente, não é o que nos acontece por cá. Infelizmente porque, se calhar, vivemos numa ignorância perfeita que não nos permite perceber a finalidade de uma rede social como o facebook.
É muito vergonhoso, por exemplo, ter mil amigos e a única coisa a partilhar com eles ser: “estou com sono”. Ora, se está com sono então o que faz lá? E esta: “eu tenho muito dinheiro, sou primo de Bachir”. Valha-me Deus.
Mas a minha inquietação não é necessariamente essa, pois essas pessoas até que são perceptíveis. O grande dilema é a sua exposição naquela rede social.
Os pais que estão a ler este artigo podem não acreditar se eu lhes disser, por exemplo, que as vossas santas filhas, aquelas de quem se orgulham e tanto, partilham além das vossas fotos e informações pessoais com estranhos, compartilham fotos delas expondo os seus corpos nus num claro erotismo virtual.
Posso até não ter nada a ver com isso, mas como as fotos e informações são tornadas públicas, eu devo perguntar: porque elas fazem isso? E as respostas lá, sempre directas, não falham: “elas estão a vender-se”.
Ora, eu não acho que isto seja do vosso conhecimento ou que verdadeiramente é o que querem dos vossos filhos para o futuro, mas é importante que saibam que aquelas fotos podem ser usadas para determinados fins até para os obscuros que ninguém imagina, pois o facebook recebe todo o tipo de gente, como disse.
Imaginemos que eles serão no futuro dirigentes desta nação, por exemplo. Que será deles? Será que aceitaremos uma personalidade confundida com uma meretriz vendida virtualmente, só para não estar fisicamente no nosso Luso, que seja dirigente deste país? Dirigentes refiro-me também a instituições privadas, saliente-se. A não ser que esta exposição será para sempre o ganha-pão deles (filhos no geral), não?
Enfim, se achamos que podemos construir uma nação com gente assim então que prossigamos, mas eu acho que devíamos ser mais ponderados e os pais conversarem um pouco mais sobre as redes sociais na Internet com os filhos, porque, a este rumo, o barco afunda a bordo.