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Exportações cresceram 10,9 por cento em 2010

As exportações de Moçambique cresceram 10,9 por cento no primeiro semestre do corrente ano, comparativamente a igual período do ano anterior, mercê da recuperação da demanda no mercado internacional, revelam dados publicados terça-feira, em Maputo, pelo Banco de Moçambique.

O volume de exportações cresceu de 910,2 milhões de dólares no período entre Janeiro a Junho de 2009 para atingir 1.009,6 milhões de dólares nos primeiros seis meses de 2010.

A maioria deste crescimento deve-se simplesmente a recuperação no mercado mundial de alumínio, pois os lingotes produzidos pela fundição de alumínio Mozal, na província de Maputo, continuam a figurar como sendo a maior fonte de exportações de Moçambique.

Aliás, o preço de uma tonelada de alumínio subiu de 1.586 dólares para 2.211 dólares por tonelada entre Junho de 2009 a Março de 2010, tendo registado mais uma queda em Junho de 2010 para atingir 1.929 dólares a tonelada.

Assim, as exportações da Mozal geraram 373,4 milhões de dólares no primeiro semestre de 2009, tendo disparado para 561,3 milhões de dólares no primeiro semestre de 2010.

As exportações de alumínio representam 55,6 por cento de todas as receitas de exportações de Moçambique durante o período em revista.

A segunda maior fonte de exportações é a energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, cujo aumento foi de 11,8 por cento, ou seja de 126,9 para 140,8 milhões de dólares.

Este aumento deve-se a subida das tarifas de energia de Cahora Bassa, porque, na verdade, o volume total da energia exportada caiu 3,4 por cento para a África do Sul e 14,5 para o Zimbabwe.

Enquanto isso, a exportação de gás natural para a África do Sul aumentou 14,4 por cento, ou seja de 51,6 para 59 milhões de dólares.

Regista-se igualmente um aumento significativo nas exportações de ilmenite das minas de areias pesadas de Moma, na província nortenha de Nampula, operadas pela companhia irlandesa Kenmare.

As exportações de ilmenite renderam 15,5 milhões de dólares no primeiro semestre de 2009, tendo disparado para 42,8 milhões de dólares em igual período do corrente ano.

Estes números revelam que as exportações de Moçambique continuam a ser dominadas por um punhado de matérias-primas, nomeadamente alumínio, electricidade, gás natural e ilmenite que representam quase 80 por cento de todas as receitas de exportações de Moçambique.

Alguns produtos agrícolas e pescado registam um declínio. Assim, foram exportadas apenas 19,4 milhões de dólares de camarão, contra 30 milhões de dólares no primeiro semestre de 2009, o que corresponde a uma queda de 35,3 por cento.

As exportações de tabaco caíram de 46,4 para 45 milhões de dólares, o que corresponde a uma queda de três por cento.

A maior queda regista-se nas exportações de açúcar, que caíram de 14,6 para apenas quatro milhões de dólares. Este revés deve-se ao facto de não ter havido exportações para a União Europeia durante o primeiro semestre do corrente ano, situação que deverá se inverter durante o segundo semestre.

Entretanto, o cenário é diferente para o caso da castanha de caju que registou um ligeiro aumento de 6,2 para 6,4 milhões de dólares no caso de castanha processada, e uma melhoria substancial na castanha não processada que subiu de 6,1 para 10,7 milhões de dólares.

A factura de importação de combustível caiu 4,3 por cento, tendo passado de 1.620,2 milhões de dólares durante o primeiro semestre de 2009 para 1.550,4 milhões de dólares no corrente ano.

Regista-se uma queda de 48,7 por cento na importação de cereais, que passou de 129,9 milhões de dólares para 66,6 milhões de dólares, sendo em parte devido a queda dos preços no mercado internacional, tendo também contribuído o aumento da produção em Moçambique, sobretudo o milho.

Também regista-se uma queda de 10,5 por cento na importação de viaturas, e de 16,7 por cento na importação de bens de capital.

Com relação as importações, os combustíveis são que tiveram maior aumento tendo o valor passado de 115,1 milhões de dólares no primeiro semestre de 2009 para 241,5 milhões de dólares em igual período de 2010, ou seja um aumento de 110 por cento.

Este aumento deve-se a alta de preços no mercado internacional, bem como a um aumento superior a 50 por cento na quantidade de combustível importado.

Os dados referentes ao ano de 2010 são ainda provisórios, portanto sujeitos a correcções mais tarde.

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