Fortes explosões e tiros de artilharia fizeram tremer, esta segunda-feira (17), o aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia, apesar das tentativas de negociação para encerrar os confrontos que colocam em causa um cessar-fogo nas regiões controladas por separatistas.
Um repórter da Reuters que estava próximo ao aeroporto estrategicamente importante viu clarões de tiros de artilharia provenientes de várias posições e ouviu frequentes explosões em novos confrontos entre os rebeldes pro-Rússia e forças do governo de Kiev, apesar de uma trégua acordada a 5 de Setembro.
Um líder separatista, Andrei Purgin, disse, este domingo, que os rebeldes alcançaram um acordo com as forças ucranianas para que se interrompam os bombardeios ao redor do aeroporto de Donetsk, cujo controle é reivindicado tanto pelas forças de Kiev como pelos rebeldes.
Mas um porta-voz militar em Kiev disse num comunicado que a interrupção era apenas para permitir que os rebeldes recuperassem os seus mortos e feridos do aeroporto e que houve um alívio nos combates durante a noite.
“Agora, como entendo, eles recolheram os corpos e começaram a disparar novamente”, disse o porta-voz, Vladyslav Seleznyov. Um lado acusa ao outro de violar o cessar-fogo e a situação no leste ucraniano deteriorou-se desde que os rebeldes realizaram eleições de líderes a 2 de Novembro, numa votação que Kiev e o Ocidente disseram ter sido uma violação do acordo de cessar-fogo.
Kiev respondeu dizendo que não iria mais destinar recursos financeiros às áreas controladas por rebeldes e acusou a Rússia de ter enviado tropas e tanques para apoiar os separatistas, acusação negada por Moscovo. Os ministros das Relações Exteriores europeus estão reunidos em Bruxelas para discutir como responder às eleições de 2 de Novembro.
Os representantes disseram que os chanceleres devem concordar na imposição de sanções pessoais a alguns rebeldes, mas seria improvável que baixassem novas medidas contra a Rússia, já sancionada diversas vezes.
O porta-voz militar ucraniano Andriy Lysenko disse a repórteres em Kiev que seis membros das Forças Armadas foram mortos nas últimas 24 horas e listou várias trocas de tiros de artilharia com os rebeldes.
Os rebeldes não deram detalhes sobre vítimas. O conflito já deixou mais de 4 mil pessoas desde a indulgência dos rebeldes em meados de Abril, um mês depois de a Rússia ter anexado a região ucraniana da Crimeia em reposta à deposição do presidente pro-Moscovo.