Moçambique está a apostar na formação de quadros para o sector de recursos minerais. Neste momento, cerca de uma centena de moçambicanos estão a ser formados no exterior em vários ramos ligados ao sector.
De acordo com a directora de recursos humanos do Ministério dos Recursos Minerais (MIREM), Marta Pecado, a maior parte dos técnicos em formação encontra-se na Malásia. Ao todo são 42 técnicos que estão a frequentar cursos superiores de geociências, geologia de petróleos, engenharia de petróleos e áreas fins.
Ainda segunda-feira, um grupo de 15 jovens entre os 16 e 17 anos de idade, que concluiu a 10ª classe, partiu para Angola, onde vai frequentar o curso médio de geologia de petróleo. De acordo com Pecado, o curso tem a duração de três anos.
“Estes técnicos têm o nível básico. Foram seleccionados entre os melhores que concorreram os institutos médios este ano em todo o país. Quando voltarem ao país depois de três anos de formação terão nível médio em geologia do petróleo”, disse.
Questionada sobre a razão para a formação de técnicos médios, numa altura em que cresce a demanda por quadros altamente qualificados, sobretudo com nível superior, Pecado respondeu que tal resulta do facto de o Instituto Nacional de Petróleos de Angola ministrar apenas cursos de nível médio.
“Neste momento o Instituto Nacional de Petróleos de Angola, com o qual temos acordo, forma técnicos com nível básico habilitando-os a ter o nível médio. Mas a partir de 2012 vai formar técnicos superiores e a partir dessa altura vamos enviar para Angola só técnicos com a 12ª classe”, explicou.
Os 15 formandos deixaram hoje o país com destino a capital angolana. Na hora da partida, os formandos disseram estar preparados para dar o seu melhor na busca de conhecimentos para melhor contribuir para a exploração dos recursos minerais existentes no país e, desta forma, contribuírem para a geração de riqueza no país.
“Vou dar o meu melhor na formação. Aceitei frequentar este curso por ser mais adequado para mim e, sobretudo, para o país pela constante descoberta de recursos minerais”, disse Cristina Lúcia Mulungo.
Outro formando, Issá Gildo Zecas António, disse, na ocasião, que “vou fazer este curso por necessidade de quatros no país. No país está se a descobrir muitos recursos minerais, mas há falta de quadros para explorar e no fim se importam quadros. Assim, vou me formar e serei um quadro para o país”.
Por seu turno, a Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, exortou aos estudantes para se empenharem nos estudos. Ainda, na ocasião, a governante prometeu interceder junto de instituições angolanas que operam no sector mineiro de modo a oferecem estágios aos estudantes moçambicanos durante as ferias.
De acordo com a estratégia de formação de quadros para o sector de recursos minerais, espera-se nos próximos 10 anos formar mais de 4 mil técnicos. Nesse sentido, o MIREM esta igualmente a trabalhar com as instituições de ensino superior nacionais.
A aposta na formação de quadros para este sector surge numa altura em que cresce o interesse pelos recursos minerais, ao mesmo tempo que se descobrem mais recursos no país, com destaque para petróleo, gás natural e carvão mineral. Entretanto, para o país tirar maior proveito dos recursos que possui precisa ter quadros qualificados, tal como sublinhou Pecado.
“Existem cotas para nacionais e estrangeiros nos projectos de exploração de minerais que devem ser respeitados. Nós queremos evitar que o nosso número de moçambicanos seja absorvido por estrangeiros devido a falta de técnicos nacionais qualificados. O nosso objectivo é criar condições para quando as empresas chegarem no mercado encontrarem quadros disponíveis e não recorrerem a estrangeiros”, referiu.
“Estamos a trabalhar com universidades nacionais na formação de quadros. Por exemplo, com a Universidade Politécnica estamos a trabalhar na criação de cursos da nossa área e de curta duração para trabalhos complementares para as minas”, revelou.
Segundo a fonte, as prioridades do país são nas áreas de geologia, gemologia, geologia de petróleos, geologia aplicada, engenharia de minas, geologia aplicada e outras áreas transversais, como direito para negociação de contratos, tecnologias de informação e comunicação, entre outros.
