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Exploração do carvão de Moatize começa dentro de dois meses

A primeira fase de exploração do carvão de Moatize, na província central de Tete, inicia dentro de dois meses, anunciou terça-feira em Maputo, o Vice-Ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak.

Falando a margem de uma conferência internacional sobre carvão em Maputo, Razak reafirmou que apesar do arranque das actividades de exploração, as primeiras exportações só irão ocorrer durante o primeiro semestre do próximo ano (2011).

O grande desafio actual de Moçambique, segundo Razak citado pelo matutino “Noticias”, reside na questão das infra-estruturas de logística, porque, como se sabe, a Linha de Sena mostra-se insuficiente para o escoamento de todo o carvão existente em Tete.

Razak esclareceu que muitas das empresas licenciadas no sector do carvão encontram-se na fase de prospecção e pesquisa, contudo duas grandes companhias, nomeadamente a Vale Moçambique e a Riversdale vão iniciar ainda este ano as explorações.

“Para garantir esta parte houve um trabalho, envolvendo as duas empresas que vão arrancar com a produção brevemente, sobre a necessidade de se pensar noutros projectos complementares.

Associado a estes existem outros dois projectos que prevêem a construção de duas centrais térmicas que vão produzir até 3500 MW de energia”, explicou Razak.

Prevê-se que quando ambas empresas atingirem o pico da sua produção poderão extrair cerca de 46 milhões de toneladas de carvão por ano.

Razak disse que a outra preocupação do Governo moçambicano é a necessidade de se evitar a exportação dos recursos em bruto, o que passa por uma pequena transformação doméstica, de modo a se adicionar algum valor aos minérios.

Moçambique, segundo Razak, está a preparar-se para, a médio prazo, se tornar numa referência mundial na produção e exportação de carvão mineral pois, estudos recentemente realizados apontam para a existência, no país, de reservas superiores a 23 biliões de toneladas de carvão mineral.

Segundo o ministro, a avalancha de empresas interessadas em explorar o carvão mineral, que para além de exportado poderá servir para a indústria de cimento, siderúrgica, entre outros, levou o Governo moçambicano a atribuir até ao momento mais de cem títulos nesta área de actividade.

A conferência internacional sobre o carvão tinha como principal objectivo expor e avaliar o potencial de carvão na África Subsahariana e a possibilidade de Moçambique fornecer o minério à Índia.

Organizada pela companhia britânica Coal Tranve, em parceria com o Ministério dos Recursos Minerais, a conferência juntou empresas nacionais e internacionais, especialistas e outros interessados pelo carvão mineral e seus derivados.

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