Um tribunal de Lazio não aceitou esta segunda-feira, devido a irregularidades, a lista apresentada para as eleições locais de Roma pelo partido Povo da Liberdade (PdL), do presidente Silvio Berlusconi, gerando incertezas a apenas duas semanas do pleito.
A lista, que inclui vereadores e líderes locais do PdL, foi negada pelo Tribunal Administrativo, abrindo espaço para um verdadeiro caos nas eleições dos dias 28 e 29 de março. Outra lista, da candidata do PdL ao governo da região de Roma, Renata Polverini, foi admitida na sexta-feira no último momento pela Corte de Apelações.
O governo italiano aprovou na sexta-feira um “decreto” especial com o objetivo de reincorporar os candidatos do partido do primeiro-ministro excluídos das listas devido a irregularidades em suas candidaturas. Políticos da oposição consideram o decreto inconstitucional, e foi iniciada uma briga sem precedentes. Os advogados do PdL anunciaram que vão recorrer ao Conselho de Estado para que a lista seja aceita.
As eleições regionais em 13 das 20 províncias italianas são um teste para a coalizão conservadora de Berlusconi, atingida por uma série de escândalos de corrupção e sexo. O decreto do primeiro-ministro foi duramente criticado pela oposição de esquerda, que realizou no fim de semana manifestações de protesto em várias cidades contra a readmissão das listas. Até o presidente da República, Giorgio Napolitano, foi criticado por aprovar o decreto, afirmando que as eleições não poderiam ser válidas se o maior partido não participasse.
Uma pesquisa, publicada no jornal Corriere della Sera, estima que a popularidade do governo baixou para 39% em março em comparação com os 42% de fevereiro. Segundo a imprensa, mais que irregularidades, os líderes do PdL demonstraram uma total ausência de profissionalismo na apresentação das listas, modificando nomes no último momento e chegando após o horário marcado.