O ministro da Agricultura, José Pacheco, revelou que os excedentes agrícolas de produtores das províncias do Centro e Norte de Moçambique já estão a ser comercializados em sete distritos de Gaza e Inhambane que estão assolados pela insegurança alimentar decorrente da estiagem que se regista nestas duas províncias do Sul do país.
“Já estamos a levar produtos agrícolas tidos como excedentes das províncias do Norte e Centro para serem vendidos naqueles distritos de Gaza e Inhambane muito assolados pela fome devido à seca”, disse Pacheco, tranquilizando, em seguida, os camponeses de Chicualacuala, Chibuto, Chigubo e Guijá, em Gaza, e de Funhalouro, Mabote e Panda, em Inhambane, que “a situação está sob controlo, quer dizer não haverá óbitos devido à seca porque estamos a garantir o abastecimento”.
A escalada da fome naquelas regiões foi revelada ao jornal pelo programa FEWS NET dos Estados Unidos da América (EUA), indicando que as reservas alimentares naqueles sete distritos de Gaza e Inhambane estariam minguadas devido à seca até Março de 2013.
Pacheco classificou de “natural” aquele fenómeno por estar a ocorrer nas zonas semi-áridas e impróprias para certas culturas agrícolas, reiterando, contudo, que “os camponeses locais não vão passar fome” porque o Governo está a realizar “o seu plano de emergência nas regiões afectadas”, que consiste no abastecimento das mesmas em produtos como mandioca, feijões, milho e arroz para minimizar a situação das bolsas de fome.
Algodão
Por outro lado, Pacheco garantiu que o início tardio da comercialização do algodãocaroço no país não irá afectar estimativas de exportação do produto, uma vez que o processo irá continuar ao longo do próximo ano de 2013.
O plano inicial de exportação de algodão-caroço estava estabelecido em 85 mil toneladas, mas houve superprodução para mais de 100 mil toneladas deste produto de rendimento.
