Um tribunal do Vaticano condenou neste sábado o ex-mordomo do papa Bento 16 a 18 meses de prisão por roubar documentos secretos, em um dos mais espetaculares julgamentos da história da Santa Sé.
Um porta-voz do Vaticano afirmou que o papa, monarca supremo na menor cidade-Estado do mundo, “deve” perdoar Paolo Gabriele, o que significaria que ele não cumpriria sua sentença.
O ex-mordomo admitiu ser a fonte de vazamento de documentos secretos, incluindo cartas ao papa que acusavam corrupções nos negócios do Vaticano. “O que sinto mais fortemente dentro de mim é a convicção de que agi exclusivamente por amor, eu diria um amor visceral, pela Igreja de Cristo e seu representante”, afirmou o condenado durante a última apelação à corte.
Ex-membro do seleto grupo conhecido como “família papal”, Gabriele era uma entre menos de dez pessoas que possuíam a chave de um elevador que leva diretamente ao apartamento do papa.
Gabriele disse a investigadores antes do início do julgamento que ele vazou os documentos porque viu “o mal e a corrupção em todos os cantos da Igreja” e que informações estavam sendo escondidas do papa.