Os membros da força especial da Marinha dos Estados Unidos que participaram da operação que matou Osama bin Laden no seu esconderijo no Paquistão em Maio de 2011 deram relatos conflitantes a respeito de quem de facto deu o tiro mortal contra o então líder da Al Qaeda.
O jornal Washington Post publicou uma reportagem na quinta-feira na qual Rob O’Neill, um ex-membro da força Seal, alega ter disparado o tiro fatal que atingiu Bin Laden na testa depois de ter invadido um dos quartos da casa dele em Abbottabad.
O relato de O’Neill, que viaja pelos EUA dando palestras motivacionais, foi contestado por uma fonte próxima a um outro integrante dos Seals. A fonte, falando sob a condição de anonimato, disse que o membro da equipe disse-lhe que o tiro foi disparado por um ou dois homens que entraram no quarto antes de O’Neill.
O Washington Post disse que O’Neill reconheceu que pelo menos outros dois membros dos Seals dispararam contra Bin Laden, incluindo Matt Bissonnette, um ex-Seal que escreveu um livro em 2012 sobre a operação chamada “No Easy Day” (Não Há Dia Fácil).
O livro não identifica a pessoa que disparou contra Bin Laden. A rede NBC News citou Bissonnette nesta quinta-feira como dizendo: “Duas pessoas diferentes a contarem duas histórias diferentes por duas razões diferentes… Seja o que ele (O’Neill) diga, é ele quem diz. Eu não quero tocar nisso.”
No ano passado, depois de a revista Esquire ter publicado uma entrevista com um membro anónimo dos Seals, depois noticiado como sendo O’Neill, em que ele alegava ter disparado contra Bin Laden, outros veículos de comunicação questionaram o relato.
Um artigo intitulado “Quem realmente matou Bin Laden”, escrito por Peter Bergen, um analista da CNN e especialista na Al Qaeda, depois citou um Seal então ainda em serviço como dizendo que a reportagem da Esquire era “pura mentira”.
Um representante da organização de palestrantes que alega representar O’Neill disse não poder comentar. A página de O’Neill no site da organização descreve a sua carreira como Seal, mas não faz menção sobre o seu papel no assassinato de Bin Laden.
O advogado de Bissonnette, Robert Luskin, reconheceu na quinta-feira que por algum tempo Bissonnette esteve sob investigação criminal tanto pelo Serviço de Investigação Criminal da Marinha como pelo Departamento do Justiça dos EUA, devido a possíveis violações da lei de espionagem, por não ter buscado autorização oficial antes de publicar o seu livro. Bissonnette nega qualquer irregularidade.
