O presidente da Bolívia, Evo Morales, arrancou, nesta terça-feira, sua campanha eleitoral para buscar a reeleição por um novo período até 2015 nas eleições gerais de dezembro próximo, após promulgar a lei que regulará esse pleito.
“Demos início a campanha eleitoral”, disse Morales, ao pedir a seus partidários que consigam de 60% a 70% dos votos nessas eleições, durante um comício de indígenas e trabalhadores, na Praça das Armas de La Paz.
Horas antes, Morales havia encerrado uma greve de fome de seis dias para que o Congresso aprovasse a nova lei para garantir a convocação de eleições gerais em dezembro, nas quais tentará estender seu mandato até 2015.
Morales, que já completou três anos no poder com políticas de forte apelo popular e estatizante, considerou que o governo e os movimentos sociais “devem garantir a vitória do povo boliviano” no plebiscito.
Para Morales, “é preciso se preparar para que o povo tenha o poder”, o que significa, segundo ele, que as próximas eleições devem ser vencidas com “60% e 70%”. “Não é impossível chegar a 90%”, acrescentou, em resposta à multidão, que gritava esse percentual. “Outro dia inesquecível, outra data memorável” na História boliviana, afirmou Morales, imediatamente depois de assinar a nova norma, aprovada nesta madrugada pelo Congresso.
A lei eleitoral confirma a antecipação de eleições para o fim do ano e cita, simultaneamente, a realização de referendo em cinco (La Paz, Cochabamba, Potosí, Oruro e Chuquisaca) das nove regiões para que ingressem em um sistema de governos autônomos. Esses cinco departamentos voltarão novamente às urnas em dezembro para decidir sobre esse modelo de gestão pública, já rejeitado no referendo de julho de 2006 e, na mesma época, aprovado por Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando.
A norma ordena à Corte Nacional Eleitoral que habilite um padrão eleitoral biométrico e inédito no país após insistentes denúncias de que o sistema manual de votação poderá permitir uma fraude a favor de Evo Morales. Também garante, pela primeira vez, o voto de bolivianos no exterior e estabelece sete cadeiras para os povos indígenas, de minoria populacional.