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Evo Morales conquista o segundo mandato na Bolívia e já fala em terceiro

Eleições gerais foram realizadas no domingo na Bolívia, com o presidente Evo Morales com a reeleição quase certa, mirando no objectivo de conseguir votos suficientes para controlar o Congresso para governar sem precisar negociar com a oposição.

Ao votar na escola 14 de Setembro, na região cocaleira do Chapare, centro da Bolívia, Morales surpreendeu: falou sobre a possibilidade de se candidatar a um terceiro mandato, comentando que estas eleições – nas quais aparece como favorito – podem ser interpretadas como seu primeiro mandato sob a nova Constituição, aprovada em Janeiro deste ano.

“Agora, votamos com base nesta nova Constituição, e sentimos, de verdade, que falamos da nova Constituição como uma primeira eleição de Evo Morales”, disse o presidente. É “constitucionalmente minha primeira eleição com base na nova Constituição política do Estado boliviano”, insistiu Morales. As mesas de votação abriram às 08H00 locais, e funcionaram durante oito horas.

Pouco mais de cinco milhões de bolivianos estão habilitados a votar, e 55.000 policiais e militares foram mobilizados para garantir a segurança do pleito. Respondendo a questionamentos sobre a organização da votação, o presidente da Corte Nacional Eleitoral boliviana, Antonio Costas, declarou no domingo que “o padrão é confiável e estou orgulhoso”.

Morales, indígena aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez, aparece nas últimas pesquisas com 55% das intenções de voto, contra 18% do ex-militar Manfred Reyes Villa e 10% do empresário Samuel Doria Medina, seus principais adversários. Para garantir a reeleição, Morales precisa alcançar 50% dos votos, ou 40% com uma diferença de mais de 10% sobre o segundo colocado.

Os bolivianos escolherão também os 36 senadores e 130 deputados que farão parte da futura Assembleia Legislativa Plurinacional, que subtituirá o actual Congresso. Sem nenhum suspense, em relação à presidencial, a chave será saber se o presidente conseguirá os 2/3 de parlamentares no Senado, o que lhe daria um controle político absoluto. Morales, que iniciou sua presidência em 2006, conviveu com um Senado de maioria opositora, o que gerou problemas de governabilidade dos quais disse sentir-se “cansado”.

Daí seu fã por controlar o legislativo com o que poderá fazer mudanças na Constituição, e eventualmente candidatar-se a uma nova eleição. Depois de quase três anos de convulsão – de Janeiro de 2006 ao final de 2008 – a Bolívia chega às eleições depois de um ano de calma política marcada pela hegemonia de Morales e seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS).

Com um discurso nacionalista, o presidente dotou o país de uma Constituição de viés indigenista, nacionalizou os hidrocarbonetos, concedeu bónus a crianças, anciãos e gestantes, além de dar estabilidade económica ao país. Mas não conseguiu vencer o desemprego (11%, segundo daos independentes), num país que registra uma queda dos investimentos estrangeiros, em especial em sua maior riqueza, o gás; e em meio a uma crescente produção de coca que alimenta em massa o narcotráfico.

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