As missões de combate norte-americanas no Iraque terminam formalmente à meia-noite de hoje, quase sete anos e meio depois da invasão de Março de 2003. De acordo com o correspondente da BBC em Bagdade, Hugh Sykes, os EUA não vão transferir o comando das operações militares para os iraquianos esta semana.
O único evento oficial será uma mudança de comando, esta quarta-feira, do comandante-cessante das forças norte-americanas, General Ray Odierno para o seu sucessor, o Tenente-General Lloyd Austin. A última brigada de combate deixou o Iraque há quase duas semanas, em antecipação à única data incluida pelo Presidente Barack Obama no acordo que estipula que todas as forças norte-americanas têm de abandonar o Iraque até ao fim do próximo ano.
O porta-voz das forças armadas norte-americanas, Brigadeiro-General Corson, descreveu a escala dessa operação. “Oitenta mil soldados e pessoal da Marinha e da Força Aérea regressaram aos EUA nos últimos quatro meses. Foram entregues aos iraquianos mais de 400 bases militares e, até ao dia 1 de Setembro, teremos apenas cerca de 90 bases no Iraque – quando no auge da guerra tínhamos mais de seiscentas.”
Até finais de 2011 vão permanecer no Iraque cerca de 50 mil soldados integrados em “Brigadas de Apoio”, mas totalmente equipadas e capazes de combater. Mas, a menos que sejam capazes de demonstrar que agem em auto-defesa, ou que a sua assistência é solicitada pelos iraquianos, essas forças não devem sair das suas bases militares. E com a nova Força Aérea Iraquiana ainda a dar os seus primeiros passos, serão quase exclusivamente aviões e helicópteros norte-americanos que serão chamados a dar cobertura aérea às operações militares iraquianas.
Contudo, um outro porta-voz militar norte-americano, o Major-General Lanza, diz que as forças iraquianas estavam prontas a assumir o controlo. “Elas mostraram que estão prontas; vimos isso durante as eleições e durante algumas celebrações religiosas. Vimos do que são capazes. A chave agora é manter essa excelência e manter a vigilância para que continuem a pressionar as redes de insurgentes.
Por outro lado, a formação do novo governo vai ajudar a mitigar alguma da violência a que assistimos neste momento.” E esta terça-feira é também o último dia da Operação Liberdade Iraquiana. A partir de amanhã a sua denominação muda para Operação Nova Alvorada.