Três cidadãos etíopes encontram-se privados de liberdade na capital moçambicana, acusados de entrada ilegal no país, e um deles é também indiciado de falsificação de documentos, uma vez que foi surpreendido na posse de um bilhete de identidade moçambicano e um passaporte do seu país de origem.
No bilhete apresentando pelo indivíduo em causa às autoridades do Aeroporto Internacional de Maputo, onde foi neutralizado, ele chama-se Almayehu Matusala Geta, natural do posto administrativo de Zongoene, no distrito de Limpopo, província de Gaza.
Contudo, no passaporte, Almayehu já não assume a nacionalidade moçambicana, mas sim, etíope.
Em declarações à imprensa e ao Serviço Nacional de Migração (SENAMI), o indiciado admitiu que é etíope. Para obter o documento no qual alega ser moçambicano, ele pagou três mil rands e para tal contou com a ajuda de uma dos seus amigos sul-africanos.
No mesmo bilhete de identidade, com o número 090106909924B, consta que a mãe de Almayehu responde pelo nome de Adelaide Machava, nome moçambicano. Curiosamente, ele não sabe falar a língua portuguesa nem outra de Moçambique.
Para justificar a sua conduta punível nos termos da lei, Almayehu disse que ele é negociante, tem o desejo de abrir estabelecimentos comerciais no país mas para o efeito precisava de um documento moçambicano para evitar complicações com as autoridades, uma vez que a sua entrada foi clandestina.
Refira-se que a Direção Nacional de Identificação Civil (DINIC) suspendeu, há dias, por suspeita de fraude, aproximadamente 100 pedidos de emissão de bilhetes de identidade, feitos nas primeiras duas semanas de Fevereiro, segundo Alberto Sumbane, porta-voz daquela instituição que Estado.
Na semana finda, três cidadãos de origem congolesa caíram também nas mãos das autoridades policiais e de identificação civil por alegada tentativa de obtenção de nacionalidade moçambicana, recorrendo a vias ilegais, com ajuda dois moçambicanos, um dos quais funcionário da Conservatória dos Registos e Notariados da Matola.
A par do que Almayehu disse, os três congoleses contaram com a ajuda de igual número de moçambicanos, dos quais uma mulher residente da vizinha África do Sul. Todos eles foram detidos.