Os militantes do Estado Islâmico ordenaram aos donos de lojas que desliguem a sua conexão de Internet sem fio durante os períodos de oração na cidade de Deir al-Zor, no leste da Síria, informou, esta quinta-feira (11), um grupo que monitora o conflito sírio.
Trata-se de mais um exemplo de como o Estado Islâmico impõe controles sobre a vida pública enquanto tenta erguer o que descreve como um califado no coração do Oriente Médio.
Os insurgentes ultrarradicais ocuparam vastas porções de território na Síria e no Iraque e são alvo de uma campanha de bombardeios aéreos liderada pelos Estados Unidos nos dois países.
Sediado em Londres, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos citou um documento do Estado Islâmico obtido por activistas que diz: “Todos os proprietários de lojas devem interromper a transmissão de Internet sem fio durante os períodos de oração”.
Os muçulmanos rezam cinco vezes por dia. O documento foi emitido pelas autodeclaradas autoridades do grupo radical a cargo do comportamento público na cidade, de acordo com o Observatório, que acompanha a guerra usando uma rede de informantes em solo sírio.
O Estado Islâmico controla a maior parte da província de Deir al-Zor, assim como a província de Raqqa, no noroeste. Em Raqqa, o grupo proibiu músicas e imagens de pessoas publicadas em público e administra quase tudo, de padarias a escolas, tribunais e mesquitas.
No domingo, o Observatório relatou que em Deir al-Zor o Estado Islâmico já havia ordenado aos donos de cafés que desliguem a sua Internet da noite para o dia para evitar que os detalhes da sua movimentação militar sejam comunicados. A cobertura de Internet já é irregular em regiões sob disputa na Síria, que está no quarto ano da guerra civil.