O estabelecimento e desenvolvimento de um sistema interno de garantia da qualidade no ensino superior, em Moçambique, requer o compromisso de todos com a qualidade e valores partilhados, bem como a análise permanente e sistemática dos processos e resultados.
Para atingir a excelência, as instituições de ensino superior têm que investir em equipamento, reforçar a capacidade do uso das tecnologias de informação e comunicação para a gestão de informação e dos processos de avaliação e acreditação, segundo sustentou Jeffy Mukora, especialista-residente na área de avaliação externa da qualidade no Conselho Nacional de Avaliação de Qualidade do Ensino Superior (CNAQ).
Este pronunciamento foi feito, quinta-feira, 26 de Maio, em Maputo, durante a aula inaugural do Instituto Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias (ISGCT), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica, subordinada ao tema: “A questão da qualidade e promoção da cultura de qualidade no ensino superior”.
No âmbito da reflexão, com os estudantes e docentes da Universidade Politécnica, Jeffy Mukora referiu que a qualidade da educação fornece a cada cidadão, que acede ao ensino superior, as capacidades de que necessita para a auto-realização e a participação activa na promoção do desenvolvimento sustentável do país, como cidadão e profissional competente, preparado para viver com dignidade, numa sociedade democrática, justa e de paz.
De acordo com aquele especialista, um requisito básico para o desenvolvimento da cultura de qualidade é a existência, nas instituições de ensino superior, de um sistema de avaliação permanente que forneça informações sobre as demandas dos estudantes e identifique oportunidades de melhoria.
“Uma estratégia de comunicação adequada é considerada um pré-requisito para divulgar estratégias e políticas de qualidade, avaliar resultados e identificar os valores, crenças do pessoal, bem como o envolvimento de toda comunidade académica na tomada de decisões da instituição”, frisou.
Por sua vez, o reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, indicou que há sensivelmente dez anos que a questão da qualidade do ensino tem estado a preocupar a instituição que dirige: “A maior parte dos cursos da nossa oferta formativa passou por um sistema de avaliação, tendo sido todos aprovados. Nós submetemos voluntariamente os cursos à avaliação”, disse.
Este ano, segundo anunciou Narciso Matos, a universidade concluiu o processo de revisão curricular de todos os cursos, o que vai permitir a correcção gradual das anomalias que tinham sido identificadas pelos próprios docentes e estudantes que passaram pelos referidos cursos.
Narciso Matos frisou ainda a realização periódica de cursos de capacitação para docentes, em exercício, naquela Universidade, nos quais são ministradas disciplinas como Comunicação Oral e Escrita, Tecnologias de Informação e Comunicação e Metodologia de Pesquisa Científica, para que possam melhorar as suas competências.