O desenhador, jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), aos 88 anos, na sua casa no Rio de Janeiro. De acordo com a família, ele sofreu falência múltipla dos órgãos e paragem cardíaca.
Millôr, cujo nome de registro é Milton Fernandes, nasceu no Rio em 23 de agosto de 1923, mas foi registrado em 27 de maio de 1924, segundo a sua carteira de identidade. O pai morreu quando ele tinha um ano e a mãe, quando ele tinha dez anos.
Com apenas 14 anos, começou a trabalhar como jornalista. Aos 19, foi contratado pela revista “O Cruzeiro”. No período em que ficou na publicação, as vendas subiram de 11 mil exemplares para 750 mil.
Millôr fez sua primeira exposição de desenhos em 1957, no Museu de Arte Moderna. Foi um dos criadores do “O Pif-Paf”. Apesar de ter durado apenas oito edições, o jornal é considerado o início da imprensa alternativa no Brasil.
Millôr foi ainda um dos colaboradores de “O Pasquim”, reconhecido pelo seu papel de oposição ao regime militar. Além disso, foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço na internet, inaugurando o seu site.
O escritor também traduziu várias peças de Shakespeare, que se tornaram referência no meio teatral. Millôr foi colaborador da revista “Veja” e de vários jornais, entre eles, “O Globo” e “O Estado de São Paulo”.