O Equador provavelmente anunciará uma decisão sobre a concessão de asilo político ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, até o fim desta semana, um caso com implicações diplomáticas no mundo inteiro, disse o presidente Rafael Correa.
Assange refugiou-se na Embaixada do Equador em Londres, na Grã-Bretanha, desde 19 de Junho, para evitar a extradição à Suécia, onde querem interrogá-lo sobre denúncias de crimes sexuais.
O ex-pirata da informática, que enfureceu Washington em 2010 quando o seu site WikiLeaks publicou milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos, disse que teme ser enviado a esse país, onde acredita que a sua vida correria riscos.
“É preciso revisar o processo na Suécia”, disse Correa em entrevista na TV. “É preciso ver a possibilidade de extradição para os Estados Unidos, de que haja um tribunal secreto lá, de que corra o risco da pena de morte”, acrescentou.
O mandatário disse: “Esperamos, o mais tardar Quarta-feira, ter a reunião (com o chanceler Ricardo Patiño) e tomara que nesta mesma semana possamos ter um pronunciamento a respeito.”
A Correa disse que tem simpatia por Assange, mas que também respeita o sistema legal britânico e o direito internacional. Ele afirmou que o seu governo já reuniu informação suficiente para tomar uma decisão responsável.
Até o momento, os Estados Unidos nem as autoridades suecas fizeram acusações formais contra Assange. Os promotores suecos querem interrogá-lo sobre acusações de violação e agressão sexual feitas por duas participantes do WikiLeaks em 2010.
Assange disse que teve relações sexuais consentidas com as mulheres que o denunciaram. Não está claro como Assange poderia viajar ao Equador caso o asilo for concedido. Por convenção diplomática, a polícia britânica não pode entrar na embaixada sem a aprovação do Equador.
Mas ele não tem uma maneira de embarcar para o Equador sem passar por Londres, expondo-se à prisão. A Correa reuniu-se, mês passado, com a mãe de Assange, que viajou ao país andino para defender o pedido de asilo do seu filho.
Patiño também esteve com o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que foi apontado para dirigir a equipe legal de Assange.