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Enfermeira agredida por comandante da polícia na Ilha de Moçambique continua sob cuidados médicos

A enfermeira Lúcia Mariano, agredida, há dias, pelo comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Ilha de Moçambique, província de Nampula, está ainda em convalescença e continua sob risco de ter um aborto como consequência da agressão brutal protagonizada pelo agente da Lei e Ordem.

Lúcia Mariano, grávida, e seus colegas de serviço foram agredidos por Rafael António Ariz. Este, na noite do dia 16 de Agosto passado, fez-se ao banco de socorros do centro de saúde local na companhia da esposa e do filho, este último para lhe ser retirado um objecto (esferovite) estranho numa das narinas.

Rafael Ariz, ao ser permitido para acompanhar a retirada do tal objecto do nariz do petiz, a dado instante, entendeu que a enfermeira não estava a fazê-lo devidamente. Iniciou uma sessão de agressões contra alguns enfermeiros que naquela noite estavam de serviço na sala onde o seu filho era paciente.

Lúcia Mariano, uma das vítimas, teve hemorragia vaginal, o que requereu de imediato uma assistência médica urgente devido ao seu estado de gravidez.

Nesse contexto, o médico do hospital onde se deu o incidente, Júlio Madime, confirmou à rádio comunitária ON’HIPITI, que opera Ilha de Moçambique, que a saúde da enfermeira ainda deixa reservas quanto à sua melhoria. “Veremos nos próximos dias o que vai acontecer, mas é prematuro avançar se vai ou não sofrer aborto”.

Na reconstituição dos factos, Lúcia Mariano contou à rádio comunitária ON’HIPITI que no dia 16 de Agosto, por volta das 20 horas, deu entrada no banco de socorros onde estava de serviço, um cidadão moçambicano (Rafael Ariz) acompanhado pelo filho e a esposa.

“Encontraram-me no local de trabalho trazendo o filho que estava doente. Perguntei de que padecia e disseram-me que algum objecto estranho havia entrado nas fossas nasais do menino. Pedi que ele (Rafael Ariz) levasse o filho à maca para que eu o observasse. Notei que de facto algo estranho havia no nariz. Tratava-se de esferovite. Atendi o menino, mas durante o acto da extracção do objecto o acompanhante segurou-me a mão e arrancou-me a pinça de uma forma que causou sangramento no nariz do menino”, narrou.

Num outro desenvolvimento, Lúcia Mariano acrescentou que enquanto cuidava do sangramento da criança, de repente, o pai “segurou no meu colega e agrediu-o. De seguida veio na minha direcção e me atirou contra a parede. Tive hemorragia e dores no baixo-ventre. Estou com ameaça de aborto”.

Dali o agressor, ora suspenso das suas funções, “saiu dizendo que ia buscar a Polícia, mas retornou sem ela”.

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