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Energias novas e renováveis beneficiam milhões de moçambicanos

Cerca de 2.1 milhões de moçambicanos beneficiam de energia eléctrica gerada a partir de fontes novas e renováveis. Trata-se das energias solar ou fotovoltáica, eólica, hídrica de pequena e média dimensões e biomassa (através do bagaço da cana-de-açúcar e da jatropha) produzidas no país à luz da estratégia nacional de energias renováveis aprovado recentemente pelo Governo, numa das sessões ordinárias do Conselho de Ministros.

Estes dados foram revelados, Quarta-feira, em Maputo, pelo Ministro da Energia, Salvador Namburete, a margem do VII Conselho Coordenador da instituição, iniciado, Quarta-feira, na vila fronteiriça da Namaacha, província de Maputo.

De todas as formas de energia que Moçambique possui, a solar é a mais usada, principalmente para responder as necessidades das populações rurais, através de painéis solares.

Por outro lado, Moçambique possui mini-hídricas, cuja capacidade de geração de energia varia entre 0 e 15 megawatts, que podem contribuir para iluminar pequenas comunidades, bem como possui barragens de média dimensão, como a de Massingir.

Estima-se que existam em Moçambique 60 a 100 regiões com características possíveis para fazer aproveitamento das mini-hídricas, cuja capacidade pode ter sido alterada com tempo, razão pela qual há necessidade de realização de estudos para mostrarem as reais potencialidades destas fontes.

No que refere à energia eólica, está neste momento em curso um mapeamento para verificar quais as regiões mais viáveis para a exploração do ar como fonte de energia.

Entretanto, esta fonte está já a ser explorada na província meridional de Inhambane. Quanto a energia de biomassa, de salientar que as populações que vivem nas zonas onde estão implantadas as açucareiras do país, com destaque para Chinavane, em Maputo, e Marromeu, em Sofala, beneficiam de energia gerada através do bagaço da cana sacarina.

A população da província central de Manica, concretamente da região onde está implantado o projecto de produção de etanol da Sun Biofuels, também beneficia de energia eléctrica produzida através do bagaço da jatropha.

“Actualmente, em Moçambique 30 por cento da população beneficia de energia eléctrica, dos quais 20 por cento através da expansão de rede nacional e os restantes 10, equivalente a cerca de 2.1 milhões de moçambicanos, através de energias renováveis, nomeadamente painés solares, pequenas centrais, microhidricas, mini-hídricas, pico-hidricas, que produzem energia com a mesma qualidade que a gerada pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa”, disse o Ministro da Energia.

Para Salvador Namburete, está claro que Moçambique pode avançar com a electrificação do país de forma mais viável e mais barata, sem ter que construir grandes barragens, linhas de transporte, subestações e grandes transformadores.

O governante salientou que “é preciso reconhecer que as grandes barragens têm a sua importância, que é de produzir energia suficiente para mover grandes projectos como Mozal e outros industriais. Mas os pequenos e micro-centrais eléctricas é que resolvem os problemas localizados da população através de sistemas isolados que fornecem energia limpa e com qualidade”.

De salientar que o Governo tem a meta de ter todos os distritos do país electrificados até 2014. Neste momento, a excepção das províncias de Maputo e Tete, que têm todos os distritos electrificados, em média dois distritos por província ainda não estão ligados à rede nacional.

Entretanto, as províncias de Gaza e Cabo Delgado, têm três distritos por electrificar cada uma, enquanto que Niassa, cinco. “Nós temos esta meta e estamos a trabalhar nesse sentido. Até 2014 nenhum distrito ficará fora, todos serão electrificados”, garantiu.

Durante o Conselho Coordenador que termina na próxima sexta-feira, os quadros do Ministério da Energia vão discutir, entre vários assuntos, o aproveitamento da conservação e uso sustentável de energias novas e renováveis para o desenvolvimento sócio-económico do país.

Por outro lado, será discutida a estratégia de conservação e uso sustentável da energia de biomassa, proposta de maximização do uso de gás natural veicular (para veículos), bem como serão feitas apresentações sobre produção de biocombustíveis ao nível dos sectores familiar e comercial.

O Conselho Coordenador do Ministério da Energia decorre sob o lema “Façamos das energias renováveis uma fonte para a diversificação da matriz energética e criação de riqueza no país”.

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