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Encontrados cadáveres em rio no Burundi

Catorze corpos, alguns mutilados com catanas, foram encontrados num rio, na zona ocidental da capital do Burundi, Bujumbura. Pelo menos uma das vítimas, cuja identidade é ainda desconhecida, foi decapitada. A brutalidade dos assassinatos alimenta receios de que a rebelião armada esteja em expansão no país, que tenta ainda recuperar-se de 12 anos de guerra civil.

É mais um incidente que se junta aos outros que têm marcado os últimos tempos. Na semana passada, sete civis foram mortos num ataque que o Governo atribuiu a bandidos e não a rebeldes.

Também as eleições no início do ano foram boicotadas, depois dos candidatos da oposição se recusarem a concorrerem contra o Presidente Pierre Nkurunziza, alegando ocorrência de fraude. Junta-se a tudo isto o desaparecimento, antes das eleições de Junho, do principal líder da oposição, o antigo líder rebelde Agathon Rwasa. Acredita-se que tenha atravessado a fronteira no Congo em fuga.

Cadáveres atados

Ndikumagenge, o correspondente da BBC na capital do Burundi diz que os corpos foram empurrados para a margem do rio Ruzizi, perto da fronteira com a República Democrática do Congo, semana passada. Explica ainda que aparentemente os corpos foram atados antes de serem atirados ao rio.

Notícias recentes dão conta de homens armados com uniformes do exército, que têm sido vistos no norte e no oeste do país. As autoridades disse que os cadáveres podem ter ligação ao ataque da semana passada, que ocorreu na área do norte de Rukoko, que dizem ter sido causado por bandidos que pretendiam atingir produtores e gado. “O Governo está decidido a apanhá-los, para que a Justiça possa aplicar-lhes uma condenação adequada aos seus crimes”, adiantou um porta-voz do Governo.

Cerca de 300 mil pessoas morreram no Burundi, durante a guerra civil motivada por confrontos étnicos. Durante o conflito, tanto o Presidente Nkurunziza e Rwasa conduziram importantes grupos rebeldes Hutu em combates frente ao exército, que era então dominado pela minoria Tutsi. Rwasa recusou-se, numa primeira fase, a terminar o conflito, quando outras facções envolvidas criaram um Governo com poderes partilhados, seguido de eleições em 2005.

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