A Empresa Municipal de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM) diz que os seus trabalhadores, que a 28 de Setembro último paralisaram as suas actividades para reivindicarem um reajuste salarial congelado desde Abril deste ano, dos actuais 7,5 para 10,59 porcento, desviam pelo menos 200 mil meticais/dia da receita colectada no acto de transporte de passageiros; por isso, nenhuma das suas exigências será atendida.
Lourenço Albino, administrador daquela firma com uma frota numerosa de autocarros parqueados devido a avarias de vária ordem, considerou que, diariamente, os trabalhadores apresentam uma receita aquém da meta estabelecida, de 500 mil meticais. Com os novos carros, nesta altura a empresa devia arrecadar este valor, contra quase 300 mil meticais, o que sugere que há um desfalque de 200 mil meticais.
Para desviar uma parte da verba, os trabalhadores da EMTPM fazem com que o passageiro pague apenas cinco meticais no autocarro, em vez do real valor correspondente à viagem. Lourenço Albino indicou que a fraude é detectada através dos fiscais e dos utentes que não concordam com estes actos e telefonam directamente através da linha verde para denunciar a prática.
Em consequência disso, o reajuste dos vencimentos e a revisão dos mecanismos de avaliação para a evolução e progressão na carreira profissional ficam engavetados até que se atinja a meta determinada por dia. “Qualquer aumento dependerá da receita. Se, na próxima semana, acontecer que atinjamos os 500 mil meticais por dia, aí a administração vai proceder à revisão”, disse o administrador, que falava numa conferência de Imprensa.