No âmbito das celebrações do Mês do Ambiente, o Standard Bank promoveu, recentemente, a segunda sessão do Lioness Lean Verde, um evento que reúne mulheres empreendedoras, detentoras de empresas ambientalmente sustentáveis, através do qual se pretende estimular o desenvolvimento de negócios verdes, com um impacto positivo no ambiente e na sociedade.
O evento, que decorreu em formato híbrido e que visava a partilha de experiência e criação de redes de contacto entre as participantes, foi organizado em parceria com a Lionesses of Africa e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ).
“Pretendemos, através deste evento, apoiar o empreendedorismo sustentável e mostrar que, em Moçambique, também podemos criar soluções verdes investindo nas mulheres moçambicanas, que têm determinação, bravura e tantas outras qualidades. Pretendemos, ainda, tornar Moçambique mais sustentável e amigo do ambiente, pois acreditamos que é possível. Queremos deixar uma geração mais consciente”, explicou a representante do Standard Bank, Neusa Xavier.
Na ocasião, a fundadora e directora executiva da Lionesses of Africa, Melanie Hawken, considerou que a mulher pode desempenhar um papel importante no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no país e no continente africano. “A mulher é apaixonada por fazer a diferença, impactar vidas de forma positiva e encontrar soluções verdes para os desafios ambientais. O meu apelo é que elas devem trabalhar umas com as outras e criar parcerias de modo a encontrar soluções verdes para os desafios que o continente e o mundo enfrentam”, sublinhou.
O empoderamento económico e a transformação verde constituem, também, apostas da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento, cuja representante, Sindy Karberg-Manuel, se comprometeu a continuar a apoiar iniciativas que visem este fim. “Acreditamos que as oportunidades são únicas, por isso o nosso apelo é que exploremos todas as possibilidades para mudarmos o mundo”.
O evento contou com sete oradoras e expositoras, nomeadamente Marta Uetela (fundadora da BioMec), Cátia Siueia (fundadora da Animate), Karina Jamal (fundadora da Koko Boxes), Lourdes Waty (fundadora da Zero Waste Moz), Ornília Faife (fundadora da EnviroWorks), Vanize da Natividade Teixeira (fundadora da Muyana e Artes) e Iara Muchanga (fundadora da Fermu). Iara Muchanga é uma jovem que produz peças de bijuteria com recurso a escamas e cabeças de peixe, entre outros materiais, como alternativa à matéria-prima que é usada na área da moda, que, conforme explicou, é a segunda indústria que mais polui o meio ambiente.
“A moda é algo necessário, mas não obrigatório. Todas nós gostamos de roupa, brincos, acessórios e tudo o que é necessário para a nossa auto-estima. Muitos tecidos são feitos de plástico, concretamente do polímero, que leva muito tempo para se biodegradar, para além de que a moda é a segunda indústria que mais polui o ambiente”, frisou.
A oradora, que é formada em Química, disse pretender recolher lixo e usá-lo na moda porque “almejo encontrar um equilíbrio entre o meu sonho e a sustentabilidade ambiental. A moda é uma indústria muito tóxica, por isso vamos transformar essa indústria numa coisa bonita e fazer a diferença”.
Para Nívia Manhiça, participante, o evento serviu para despertar em si a necessidade de se olhar mais para a questão do ambiente. “Fazer parte de um evento como este transformou a minha mentalidade, e, a partir de hoje, vou começar a agir de forma diferente no que concerne ao ambiente e à sustentabilidade. Falamos de aspectos importantes, que cada uma de nós, no seu ambiente caseiro e familiar, pode implementar e ajudar a transformar o meio ambiente”.