A “China Wanbao Oil and Grain Co. Limited” vai receber cerca de 200 milhões de dólares norte-americanos para aplica-los no seu projecto de desenvolvimento do parque de agricultura na zona baixa de Xai-Xai, província meridional moçambicana de Gaza.
Um acordo nesse sentido foi celebrado hoje, em Macau, na China, entre representantes desta empresa, do Banco chinês de Desenvolvimento, e do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento da China, a margem do encontro entre empresários chineses e dos Países de Língua Portuguesa (PLP) e de um seminário e bolsa de contactos sobre projectos do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os PLP.
O entendimento, formalizado no âmbito do Quarto Fórum Macau, que decorreu Terça-feira, foi testemunhado pelo Ministro moçambicano do Comercio e Industria, Armando Inroga.
O Director do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), Lourenço Sambo, que também presenciou o acto, disse, a jornalistas, que com este acordo espera-se que o projecto da “Wanbao” seja apetrechado com mais equipamentos. Este projecto, que poderá tirar Moçambique da lista de importadores do arroz, compreende duas fases, sendo a segunda a que focalizará a cadeia de valor, nomeadamente o processamento desta cultura, a principal da iniciativa, entre outras actividades.
Com este montante , Moçambique figura como o primeiro país dos PLP a beneficiar do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os PLP, orçado em um bilião de dólares. O grande desafio, segundo Sambo, está no sector privado moçambicano que deve conseguir apresentar projectos a altura de também merecerem financiamento a partir deste fundo.
“O actual financiamento foi atribuído a um investidor chinês que está a desenvolver projectos em Moçambique. Mas o fundo de cooperação pode também beneficiar directamente a iniciativas empresariais nacionais. Este é o nosso grande desafio”, afirmou Sambo.
Entretanto, o Presidente do Conselho para a Promoção do Comercio Internacional da China, Wan Jifei, disse, na ocasião, que não obstante os efeitos da crise financeira internacional, as relações económicas e comerciais entre a China e os países lusófonos têm tendência de continuarem estáveis.
Jifei referiu que é grande desafio encontrar meios de sobrevivência e evolução para países como a China e todos os lusófonos, por estes possuírem economias ainda em vias de desenvolvimento, num mundo caracterizado pela concorrência. Ainda hoje, as delegações do Quarto Fórum Macau deslocaram-se ao município de Zhuhai, na China, a convite do governo popular desta região, para, entre outra agenda, se inteirarem do ambiente de investimento naquela autarquia e vice-versa.

