O Egito acusou o presidente deposto Mohamed Mursi e nove outros, este sábado (6), por colocar em risco a segurança nacional ao divulgar segredos de Estado e documentos sensíveis ao Catar, aprofundando a repressão estatal à Irmandade Muçulmana, banida do país.
As relações entre o Catar, país do Golfo Árabe, e o Egito têm esfriado desde Julho de 2013, quando o então chefe do Exército egípcio Abdel Fattah al-Sisi derrubou Mursi depois de protestos contra o seu mandato.
O Catar apoiou Mursi, que está preso com centenas de membros da Irmandade, dos quais muitos receberam sentença de morte em acusações separadas. Fontes de segurança disseram no mês passado que o Egito estava a investigar a conexão de Mursi com documentos divulgados ao Catar e ao canal de notícias Al Jazeera.
A promotoria pública do Egito disse, este sábado, que a sua investigação secreta revelou evidências suficientes de espionagem para acusar Mursi e outros nove num tribunal criminal.
A pena máxima em caso de condenação é a morte. “Os inquéritos… expõem factos humilhantes e a extensão da maior conspiração e traição realizada pela organização terrorista Irmandade contra a nação através de uma rede de espiões”, disse num comunicado de três páginas.