O Egipto colocou um dos mais renomados atletas do país, o astro aposentado do futebol Mohamed Aboutrika, numa lista de terrorismo por supostas relações que teria com a Irmandade Muçulmana, grupo proibido pelo país.
Fãs ficaram chocados com a medida e a classificaram como uma “injustiça” contra o ex-meio-campista que liderou a selecção do país por cerca de uma década e é amplamente apontado como o atleta mais celebrado da sua geração no Egipto.
O Egito classificou a Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista e prendeu milhares de apoiantes do grupo desde que os militares derrubaram o Presidente islâmico Mohamed Mursi do poder em Julho de 2013, após uma onda de protestos contrários ao governo liderado por ele.
Aboutrika negou apoiar a Irmandade, que afirma se manter pacífica, mas foi visto apoiando a eleição do ex-Presidente na campanha de 2012. Posteriormente ele teve os seus bens congelados por um comité criado para apreender e gerir os fundos e propriedades da Irmandade.
O ex-atleta de 38 anos recebeu uma série de prémios tanto dentro quanto fora do país.
Do lado de fora da sede de seu ex-clube, o Al Ahly, no bairro de Zemalak, os fãs manifestaram descrença. “É uma injustiça. É isso que Aboutrika merece por tudo o que fez por esse país? Isso acontecer com ele? E, aliás, a popularidade dele é maior que a do presidente”, disse Abdel Hamid, de 62 anos.
A inclusão na lista de terrorismo significa que o ex-jogador ficará proibido de viajar e ficará em uma lista de observação por três anos, disse o jornal estatal Al-Ahram.
Aboutrika está actualmente no Gabão actuando como comentador durante o Campeonato Africano das Nações. O advogado do ex-jogador, Mohamed Osman, recusou-se a dizer se ele retornará ao Egipto, mas disse que recorrerá da decisão, tomada por um tribunal do Cairo.