O Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) critica a forte dependência da economia moçambicana dos mega-projectos que estão concentrados na exploração de recursos naturais não renováveis na sua maioria.
Apesar de o nível de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) ser elevado é necessário garantir que a exploração de recursos naturais venha a criar novos recursos independentes para permitir um desenvolvimento económico, político e social mais sustentável e próspero, segundo ainda o IESE, no seu estudo intitulado “Tendências do Investimento Privado em Moçambique desde 1990”, recentemente divulgado em Maputo.
Por outro lado, o documento indica que o capital privado nacional tem tendência a investir mais na prestação de serviços, alguns dos quais de suporte das actividades extractivas, enquanto o IDE está focado na exploração florestal para exportação, para além da extracção de carvão.
Esta tendência faz com que os megaprojectos ab- sorvam mais de 70% do total de investimento de cada província moçambicana, nas áreas de agricultura, agro-indústria, recursos minerais e energia.
Por último, o estudo realça que 13 megaprojectos analisados têm impacto não muito significativo na balança de transacções correntes, por beneficiarem de elevados incentivos fiscais, livre expatriamento de capital e muito pouco reinvestido no país.