O vírus do Ebola ainda está a espalhar-se pela África Ocidental, especialmente na Serra Leoa, e o número global de casos da epidemia ultrapassou 20.000 registros conhecidos, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira(31).
O número de mortos do surto, que tem se restringido principalmente na África Ocidental, subiu para 7.905, de acordo com a OMS, depois que 317 mortes foram registradas desde que os últimos dados foram divulgados em 24 de dezembro. O número de casos conhecidos, incluindo fatalidades, chegou a 20.206 no fim deste ano, acrescentou.
A Serra Leoa teve 337 dos 476 novos casos confirmados em laboratório desde 24 de dezembro, incluindo 149 casos em Freetown, a mais elevada incidência na capital da ex-colônia britânica em quatro semanas.
A necessidade urgente de assistência à Serra Leoa levou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional a transportar via aérea duas ambulâncias de Monróvia, na Libéria, antes o pior foco da doença, para Freetown, afirmou a Organização das Nações Unidas.
No entanto, o número de casos na Serra Leoa ao longo de um período de três semanas ficou abaixo de 1.000 pela primeira vez desde 28 de setembro, sugerindo que a propagação da doença está a diminuir.
Na vizinha Guiné-Conacri, o total de três semanas subiu pela segunda semana para 346, indicando um avanço da epidemia naquele país.
Já são nove os países que relataram casos de Ebola. Na Grã-Bretanha, uma enfermeira foi diagnosticada com o vírus nesta semana após voltar da Serra Leoa. Ela está a ser tratada com plasma sanguíneo de um sobrevivente do vírus e uma droga antiviral experimental, afirmou o hospital de Londres onde está internada.
O surto de Ebola eclodiu pela primeira vez na África Ocidental há um ano atrás, quando um menino de dois anos morreu no sul da Guiné-Conacri a 28 de Dezembro, mas a epidemia só veio à tona em Março quando a doença já havia se espalhado amplamente.
A crise de Ebola na África Ocidental deve durar até ao final de 2015, de acordo com o cientista Peter Piot que ajudou a descobrir o vírus em 1976 no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo.